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Transformação do modo de produção agrícola e o papel das cestas de produtos orgânicos e agroecológicos
O modo de vida e produção no campo brasileiro está profundamente marcado pelas consequências da implantação da Revolução Verde, a partir da segunda metade do século XX. Os trabalhadores rurais tiveram suas ferramentas de trabalho, seus saberes e práticas expropriados para abrir espaço para um sistema que gera dependência tanto na produção, por meio da exigência do uso de agrotóxicos e sementes transgênicas, quanto na comercialização, por meio da figura dos atravessadores, afastando-os do diálogo com os consumidores. Nos últimos anos, têm surgido diversas experiências que buscam construir alternativas a esse modo de produção agrícola estabelecido, reforçando, principalmente, o papel da agroecologia e de outras formas de comercialização capazes de retomar o vínculo entre campo e cidade. Neste artigo, resgatamos brevemente o processo de desenvolvimento dessas condições no campo brasileiro, para, em seguida, discutir o papel da estratégia de comercialização de cestas de produtos orgânicos no Rio de Janeiro como caminho para transformação do modelo de produção e comercialização de produtos agrícolas. A partir da criação de uma tipologia dessas organizações, procuramos destacar o papel daquelas que promovem, por meio desse instrumento, a formação técnica e política dos trabalhadores rurais no sentido da transformação de sua realidade.