Alzilane Bento Fernandes, G. França, Tyara Veriato Chaves
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Do nosso ponto de vista, ao tomarmos o cultural como político, ou seja, como lugar em que as questões raciais se dissimulam (FRANÇA, 2018), nos perguntamos sobre a construção de um sujeito racializado e regionalizado. Assim, formulamos: Como funciona o discurso sobre “maranhense” e “maranhensidade” no DCTMA? O que essas designações materializam na língua e o que silenciam? Em diálogo com a Educação Crítica, que discute a educação bancária como reflexo da sociedade opressora que anula o poder interpretativo dos educandos impondo-lhes a passividade, problematizamos a dimensão da “cultura do silêncio” (FREIRE, [1975] 2005), tomando a prática teórica como um lugar possível de transformação, de produção de acontecimentos (PÊCHEUX, [1981] 2016). 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Os sentidos de “maranhense” e “maranhensidade” no documento curricular do território maranhense: cultura, raça e educação
Esse trabalho se produz a partir de discursos em torno da implantação do Documento Curricular do Território Maranhense (DCTMA) instituído como currículo e referência para as escolas de educação básica maranhenses. Tomamos como referencial teórico metodológico a Análise do Discurso materialista (PÊCHEUX, [1983] 2012), em diálogo com uma perspectiva decolonial (MBEMBE, [2013] 2018; GONZALEZ, [1984] 2020; FRANÇA, 2018) e com o campo da Educação Crítica (FREIRE, [1975] 2005). Temos como objetivo analisar os discursos de/sobre "maranhense" e “maranhensidade” textualizados no Documento Curricular do Território Maranhense. A presença dos significantes “maranhense” e “maranhensidade” introduz a dimensão da cultura em um documento pretensamente do campo da educação. Do nosso ponto de vista, ao tomarmos o cultural como político, ou seja, como lugar em que as questões raciais se dissimulam (FRANÇA, 2018), nos perguntamos sobre a construção de um sujeito racializado e regionalizado. Assim, formulamos: Como funciona o discurso sobre “maranhense” e “maranhensidade” no DCTMA? O que essas designações materializam na língua e o que silenciam? Em diálogo com a Educação Crítica, que discute a educação bancária como reflexo da sociedade opressora que anula o poder interpretativo dos educandos impondo-lhes a passividade, problematizamos a dimensão da “cultura do silêncio” (FREIRE, [1975] 2005), tomando a prática teórica como um lugar possível de transformação, de produção de acontecimentos (PÊCHEUX, [1981] 2016). Pensar essas questões a partir do campo do Discurso em uma tomada de posição antirracista (FRANÇA, 2018; CESTARI, 2015) coloca em cena a dimensão da língua como lugar de materialização dos processos ideológicos, logo, lugar de disputa e de outros sentidos possíveis.