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O objetivo deste artigo é debater a relação entre visão profética e crítica das ideologias no pensamento do filósofo brasileiro Roberto Mangabeira Unger. Procuraremos demonstrar como a promessa messiânica estrutura a obra de Unger, e a diferencia de outros trabalhos relacionados aos Critical Legal Studies (movimento que ele ajudou a fundar). A Modernidade secularizou a Teologia da História bíblico-cristã, interpretando a si mesma como momento derradeiro da trajetória humana, nos quadros de um painel escatológico. Assim, o Apocalipse mantém-se sempre presente em nosso campo de visão – embora, diversamente das Histórias da Salvação de cunho religioso, nosso Armagedom não seja sucedido por uma utopia, um tempo de perdão e reconciliação para os justos. Ora, se as ficções distópicas e pós-apocalípticas configuram-se nas mais completas traduções do Zeitgeist, o utopismo milenarista de Unger (secularizado) impõe-se como um cânon contra-hegemônico consistente. Em um primeiro momento, trataremos do niilismo que configura o capitalismo tardio, e que engendra “falsas necessidades” (na terminologia de Unger). Após, mostraremos como os Critical Legal Studies acabaram se deixando macular como uma lógica antiutópica. Finalmente, discorreremos, tomando como referência principal o livro The religion of future, sobre as visões proféticas de/em Unger.