Formação de professores surdos em Rio Branco, Acre

Este artigo apresenta uma pesquisa sobre a formação de professores surdos na cidade de Rio Branco, Acre, a partir da perspectiva dos sujeitos (docentes) surdos. Serão descritas as trajetórias de formação de seis participantes surdos (três homens e três mulheres). O estudo é do tipo aplicado, empírico e de abordagem qualitativa. Os objetivos são de natureza analítico-descritiva, uma vez que analisamos as falas dos participantes surdos quanto aos seus processos de formação e os desafios enfrentados. A fundamentação teórica tomou por base os estudos de Mendes e Pereira (2017), Nóvoa (1995; 2019); Vilhalva (1994), Quadros e Stumpf (2014) e Stumpf e Linhares (2019). Os resultados mostraram que a trajetória foi permeada de lutas e esforços para vencer os desafios, especialmente quanto à comunicação. O desconhecimento da Libras nos espaços de formação é uma barreira para os surdos, e a inclusão fica na intenção. Com isso, percebemos que há ainda muito a avançar no que diz respeito à formação de professores surdos no estado do Acre, mas os caminhos estão se abrindo e o docente surdo está, pouco a pouco, construindo seu protagonismo na educação de surdos, a partir de uma formação consolidada em áreas específicas da Libras, nas formações em nível de pós-graduação, nas aprovações em concursos públicos para o magistério básico e superior, nas presenças em espaços sociais e políticos diversos, entre outros. Desse modo, vislumbramos uma formação mais humana, inclusiva e bicultural, em que o surdo encontre espaço para a valorização da sua cultura e a consolidação da sua identidade (humana e profissional).