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As universidades no Brasil, e não apenas por aqui, tem passado por diferentes crises, mas também por reconstruções. De um lado existe uma incidência cada vez maior do capital financeiro e monopolista na educação de uma forma geral, seguindo a lógica neoliberal pela qual o Estado é atravessado por interesses e instituições privadas. Por outro lado, há uma crise decorrente da democratização do acesso às universidades – principalmente por conta das políticas de afirmação (como cotas para negros e para estudantes de escolas públicas) – que tem produzido diferentes debates sobre as condições de funcionamento das universidades, os currículos em vigor, a postura dos professores, as bibliografias em debate, entre outros. O desmonte da universidade fala da incidência de políticas neoliberais sobre nós e da permanência de um tempo histórico moderno que se escandaliza, e por vezes nos paralisa quando nos vemos fora da rota do progresso. A ideia de uma reconstrução das universidades públicas no bojo deste cenário lida com as possibilidades de intensificação da democratização da universidade, atualmente ainda muito reduzida. Em outros termos, o tempo desta reconstrução seria outro, como uma experiência aberta à reformulação e perpassada por apenas uma constância: sem a ação não há horizonte.