Investigações acerca da emancipação de sujeitos por meio de um processo de ensino-aprendizagem em teatro

Este artigo investiga momentos ocorridos em uma das turmas do curso de teatro oferecido pela Escola Faces, na cidade de Primavera do Leste - MT, sob o olhar das estagiárias que acompanharam as aulas remotamente entre julho e dezembro de 2020. Pretende-se analisar o processo de ensino-aprendizagem em teatro vivenciado investigando fatores que possam ter influenciado o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos envolvidos, termo compreendido aqui sob a ótica de Paulo Freire. Consideramos ser possível apontar alguns acontecimentos na relação entre os participantes, permeados pela condução didática, os quais propiciaram condições favoráveis para uma educação transformadora. Estes momentos foram significativos para uma valorização das subjetividades e indiciam o que Jacques Rancière chamaria de uma reconfiguração do sensível em um processo político emancipatório. Nessa construção do vínculo artístico-pedagógico entre a turma, houve concomitantemente o fomento de um caminho para libertação dos indivíduos, em que estes puderam reconhecer-se enquanto sujeitos mais emancipados.