E. Farage, Francine Helfreich Coutinho dos Santos, C. Moraes, M. S. Souza
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A relação necessária entre o Serviço Social e os movimentos sociais, é referendada nos princípios da profissão a partir das escolhas políticas realizadas no pós 1979 que são determinantes para a construção do projeto ético político da profissão. Assim, o presente capítulo pretende socializar a experiência e alguns dos instrumentos construídos a partir da perspectiva da educação popular. O debate sobre os movimentos sociais que marcou os anos 1980 e início dos anos 1990, se enfraqueceu no âmbito da profissão com o advento do neoliberalismo, com a expansão de ações das organizações não governamentais (ONG) e com as alterações nas requisições profissionais oriundas das transformações do mundo do trabalho. Já na segunda década dos anos 2000, diante do recrudescimento do conservadorismo e da ascensão da extrema direita no Brasil, experiências vinculadas à educação popular, articulação com os movimentos sociais e a organização coletiva ganharam nova ênfase, diante do desafio de fazer frente a um projeto societário cada vez mais excludente que intensifica a pauperização da classe trabalhadora. Nessa conjuntura de crise estrutural do capitalismo, de fragmentação das organizações coletivas da classe trabalhadora e de retrocessos nos direitos sociais conquistados em especial a partir da Constituição Federal de 1988 (CF/88) –, o Serviço Social é instado a intensificar o debate sobre a relação entre a profissão e os movimentos sociais. 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EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA COMO ESPAÇO DE CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM ACAMPAMENTOS URBANOS
A proposta deste texto consiste em analisar a experiência desenvolvida pela extensão universitária, organizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Favelas e Espaços Populares (NEPFE) da Universidade Federal Fluminense (UFF), que tem como foco do trabalho o debate sobre questão urbana, direito à cidade, formação profissional e movimentos sociais urbanos, pautado no tripé ensino-pesquisaextensão. O objetivo da experiência socializada era contribuir para a formação profissional de discentes de Serviço Social a partir da realização de ações articuladas com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), movimento social de luta pelo direito à moradia, assim como fortalecer o papel social da Universidade Pública. A relação necessária entre o Serviço Social e os movimentos sociais, é referendada nos princípios da profissão a partir das escolhas políticas realizadas no pós 1979 que são determinantes para a construção do projeto ético político da profissão. Assim, o presente capítulo pretende socializar a experiência e alguns dos instrumentos construídos a partir da perspectiva da educação popular. O debate sobre os movimentos sociais que marcou os anos 1980 e início dos anos 1990, se enfraqueceu no âmbito da profissão com o advento do neoliberalismo, com a expansão de ações das organizações não governamentais (ONG) e com as alterações nas requisições profissionais oriundas das transformações do mundo do trabalho. Já na segunda década dos anos 2000, diante do recrudescimento do conservadorismo e da ascensão da extrema direita no Brasil, experiências vinculadas à educação popular, articulação com os movimentos sociais e a organização coletiva ganharam nova ênfase, diante do desafio de fazer frente a um projeto societário cada vez mais excludente que intensifica a pauperização da classe trabalhadora. Nessa conjuntura de crise estrutural do capitalismo, de fragmentação das organizações coletivas da classe trabalhadora e de retrocessos nos direitos sociais conquistados em especial a partir da Constituição Federal de 1988 (CF/88) –, o Serviço Social é instado a intensificar o debate sobre a relação entre a profissão e os movimentos sociais. Nesse sentido, é imprescindível recuperar a contribuição da educação popular no processo de formação da consciência crítica dos trabalhadores e a função social que a Universidade pública pode ter a partir de ações extensionistas.