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AS RELAÇÕES DE CLASSE NOS CANTEIROS DE OBRAS BRASILEIROS
Este artigo trata do funcionamento do mercado de trabalho no setor da construção de uma pequena cidade de Minas Gerais. Com base numa etnografia das práticas de trabalho e da gestão da mão de obra num canteiro de tamanho médio, o autor busca mostrar como os imperativos técnicos e organizacionais combinam-se com lógicas de relações de classe para organizar as práticas de contratação, de remuneração e de demissão. Demonstra-se que, visando a uma gestão eficiente e a um controle eficaz sobre o processo de trabalho, se desenvolve, paralelamente aos mecanismos institucionalizados do mercado, proteções informais para o estabelecimento de relações de lealdade e de confiança com os trabalhadores. A hipótese principal aqui discutida é tomada de empréstimo a Alain Morice, que havia sugerido, nos anos 1990, que as relações hierárquicas e a exploração da mão de obra nos canteiros se explicam em parte pelo desprezo por esses trabalhadores manuais sem qualificação advindos das zonas rurais.