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Moralidade, biopolítica e Educação em tempos de pós-verdade
O artigo pretende abordar o tema da moralidade no campo da Educacao a par tir da transicao da discussao de Freud a Adorno (e Horkheimer), potencializada pela compreensao da biopolitica de Foucault e Agamben. O objetivo e fazer a critica ao ato de discriminar e direcionar o destino das verbas publicas nao para a Educacao, e sim em prol de valores do mercado. O tema da moralidade esta sendo utilizado largamente como expediente de formacao de massas com caracteristicas fascistas no Brasil atual, o que demanda um esforco hermeneutico para repensar suas premissas filosoficas e psicanaliticas. Nao se trata somente de investigar o papel positivo que desempenham os agrupamentos que trabalham em prol de causas elevadas. Mais do que isso, interessa compreender como eles se unem em torno de pautas conservadoras e que se utilizam do escudo da moral, em tempos de pos-verdade, como forma de distracao dos reais problemas enfrentados pela vida publica brasileira. Com isso, e possivel mergulhar na psique das massas, percebendo que a falta de distanciamento ou identificacao entre o eu e o ideal do eu e um dos principais motivos A emergencia de uma biopolitica da moralidade que leva ao comportamento massificado do individuo. Quando renuncia ao seu ideal do eu para adotar atitudes e comportamentos padronizados, acaba por abolir a sua instância moral e passa a operar sem apoio no narcisismo. Deixa, assim, de aspirar a sua propria autoafirmacao, focando todos os seus esforcos no ideal do coletivo, sem perceber que paga o preco da renuncia a si mesmo que leva a heteronomia, cujas normas sao prescritas pela sociedade.