{"title":"时代的理论:一个纪律批评传统的国际关系。","authors":"Mateus de Paula Narciso Rocha","doi":"10.22478/UFPB.2318-9452.2019V6N12.42059","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem por objeto a história tradicional da disciplina de Relações Internacionais, a denominada “história dos grandes debates”, e objetiva criticar teoricamente essa abordagem. Pretende-se compreender se há um fundamento teórico equivocado que informa a narrativa e por que uma perspectiva reconhecida pela historiografia como inconsistente segue sendo a apresentação mais influente dessa área de estudos. Argumenta-se, inter alia, que essa abordagem sustenta, de modo tácito, uma “autonomia no movimento das ideias”, pois dissocia e isola a trajetória desse ramo da ciência social das dinâmicas extracientíficas. Este “insulamento apriorístico” dos condicionamentos sociais é equivocado e configura a “idolatria teórica”, fazendo com que essa ciência seja apresentada pelo que se espera que ela seja (dever ser) e não pelo que é. Essa idolatria teórica, ao sugerir que a história da disciplina é um movimento ideacional de progressiva aproximação à verdade, convenientemente legitima e entroniza as teorias e metodologias mais influentes. Destarte, entendemos que, além dessa função legitimadora, a simplicidade da narrativa conjugada à ausência de alternativas globais para a história da disciplina tendem a fazer com que, não obstante os equívocos empíricos e teóricos, a história dos grandes debates permaneça como a principal introdução à disciplina.","PeriodicalId":398868,"journal":{"name":"Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais","volume":"50 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A idolatria teórica: uma crítica à história tradicional da disciplina de Relações Internacionais.\",\"authors\":\"Mateus de Paula Narciso Rocha\",\"doi\":\"10.22478/UFPB.2318-9452.2019V6N12.42059\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo tem por objeto a história tradicional da disciplina de Relações Internacionais, a denominada “história dos grandes debates”, e objetiva criticar teoricamente essa abordagem. Pretende-se compreender se há um fundamento teórico equivocado que informa a narrativa e por que uma perspectiva reconhecida pela historiografia como inconsistente segue sendo a apresentação mais influente dessa área de estudos. Argumenta-se, inter alia, que essa abordagem sustenta, de modo tácito, uma “autonomia no movimento das ideias”, pois dissocia e isola a trajetória desse ramo da ciência social das dinâmicas extracientíficas. Este “insulamento apriorístico” dos condicionamentos sociais é equivocado e configura a “idolatria teórica”, fazendo com que essa ciência seja apresentada pelo que se espera que ela seja (dever ser) e não pelo que é. Essa idolatria teórica, ao sugerir que a história da disciplina é um movimento ideacional de progressiva aproximação à verdade, convenientemente legitima e entroniza as teorias e metodologias mais influentes. Destarte, entendemos que, além dessa função legitimadora, a simplicidade da narrativa conjugada à ausência de alternativas globais para a história da disciplina tendem a fazer com que, não obstante os equívocos empíricos e teóricos, a história dos grandes debates permaneça como a principal introdução à disciplina.\",\"PeriodicalId\":398868,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais\",\"volume\":\"50 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-09-16\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.22478/UFPB.2318-9452.2019V6N12.42059\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Iniciação Científica em Relações Internacionais","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22478/UFPB.2318-9452.2019V6N12.42059","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A idolatria teórica: uma crítica à história tradicional da disciplina de Relações Internacionais.
Este artigo tem por objeto a história tradicional da disciplina de Relações Internacionais, a denominada “história dos grandes debates”, e objetiva criticar teoricamente essa abordagem. Pretende-se compreender se há um fundamento teórico equivocado que informa a narrativa e por que uma perspectiva reconhecida pela historiografia como inconsistente segue sendo a apresentação mais influente dessa área de estudos. Argumenta-se, inter alia, que essa abordagem sustenta, de modo tácito, uma “autonomia no movimento das ideias”, pois dissocia e isola a trajetória desse ramo da ciência social das dinâmicas extracientíficas. Este “insulamento apriorístico” dos condicionamentos sociais é equivocado e configura a “idolatria teórica”, fazendo com que essa ciência seja apresentada pelo que se espera que ela seja (dever ser) e não pelo que é. Essa idolatria teórica, ao sugerir que a história da disciplina é um movimento ideacional de progressiva aproximação à verdade, convenientemente legitima e entroniza as teorias e metodologias mais influentes. Destarte, entendemos que, além dessa função legitimadora, a simplicidade da narrativa conjugada à ausência de alternativas globais para a história da disciplina tendem a fazer com que, não obstante os equívocos empíricos e teóricos, a história dos grandes debates permaneça como a principal introdução à disciplina.