A. C. Freitas, Marcus E. B. Fernandes, K. Faial, M. Pinheiro
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As amostras foram obtidas em manguezais do Estado do Pará e Maranhão, representados por duas áreas (prístina e antropizada), compostas por três subáreas cada, sendo coletados 9 animais em cada área totalizando 144 amostras. A quantificação por metais foi efetuada em Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma acoplado indutivamente (ICP-OES). A capacidade de acumulação dos metais no caranguejo foi determinada por meio do fator de bioacumulação (FBA), que demonstra a transferência química sedimento-caranguejo, através da razão entre a concentração de toxina no organismo e a concentração desta no meio circundante, sendo identificada quando esta razão for superior a unidade. Os metais avaliados foram detectados em todos os tecidos/estruturas do caranguejo-uçá e no sedimento, com valores médios de concentração no sedimento ultrapassando os limites estabelecidos pela legislação (TEL e PEL) em todas as áreas de manguezal (Cd>0,98 mg/g; Cu>9,52 mg/g; Pb>12,34 mg/g; Cr>25,41 mg/g; Mn>263,19). Entre os tecidos/estruturas avaliados, apenas brânquias e musculatura apresentaram FBA>1 e este somente para o metal Cu. O cádmio também apresentou bioacumulação na musculatura, mas apenas na área antropizada do estado do Maranhão Os demais metais obtiveram FBA<1, indicando que embora o sedimento de manguezal seja considerado o principal reservatório de metais nos manguezais, os valores encontrados nas estruturas podem ter sido absorvidos de outras fontes como água e alimentação (vegetação). Contudo, para os manguezais amazônicos avaliados, os tecidos/estruturas de U. cordatus são evidência de uma bioacumulação direta expressiva, que poderá ser melhor demonstrada a partir de uma avaliação mais holística dos demais componentes bióticos e abióticos do ecossistema manguezal.","PeriodicalId":175754,"journal":{"name":"Livro de Resumos do X Congresso Brasileiro sobre Crustáceos","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"BIOACUMULAÇÃO DE METAIS EM CARANGUEJO-UÇÁ, UCIDES CORDATUS (LINNAEUS, 1763) (CRUSTACEA, BRACHYURA) PELA INTERAÇÃO COM SEDIMENTO EM MANGUEZAIS DA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA\",\"authors\":\"A. C. Freitas, Marcus E. B. Fernandes, K. Faial, M. 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BIOACUMULAÇÃO DE METAIS EM CARANGUEJO-UÇÁ, UCIDES CORDATUS (LINNAEUS, 1763) (CRUSTACEA, BRACHYURA) PELA INTERAÇÃO COM SEDIMENTO EM MANGUEZAIS DA COSTA AMAZÔNICA BRASILEIRA
Atualmente, diversos tipos de poluentes são lançados direta ou indiretamente nos estuários e manguezais. Dentre eles, os metais recebem uma maior atenção devido à alta toxicidade apresentada por alguns desses elementos. Sua acumulação nos diferentes compartimentos do manguezal, sejam eles abióticos (água e sedimento) ou bióticos (plantas e animais), representa uma grande ameaça, em especial para espécies de importância pesqueira, como o caranguejo-uçá (Ucides cordatus). O presente estudo avaliou a concentração no sedimento e em tecidos/estruturas do caranguejo-uçá (musculatura, hepatopâncreas, brânquias e carapaça) de cinco metais (Cd, Cu, Pb, Cr e Mn) para verificar a presença de bioacumulação. As amostras foram obtidas em manguezais do Estado do Pará e Maranhão, representados por duas áreas (prístina e antropizada), compostas por três subáreas cada, sendo coletados 9 animais em cada área totalizando 144 amostras. A quantificação por metais foi efetuada em Espectrometria de Emissão Óptica por Plasma acoplado indutivamente (ICP-OES). A capacidade de acumulação dos metais no caranguejo foi determinada por meio do fator de bioacumulação (FBA), que demonstra a transferência química sedimento-caranguejo, através da razão entre a concentração de toxina no organismo e a concentração desta no meio circundante, sendo identificada quando esta razão for superior a unidade. Os metais avaliados foram detectados em todos os tecidos/estruturas do caranguejo-uçá e no sedimento, com valores médios de concentração no sedimento ultrapassando os limites estabelecidos pela legislação (TEL e PEL) em todas as áreas de manguezal (Cd>0,98 mg/g; Cu>9,52 mg/g; Pb>12,34 mg/g; Cr>25,41 mg/g; Mn>263,19). Entre os tecidos/estruturas avaliados, apenas brânquias e musculatura apresentaram FBA>1 e este somente para o metal Cu. O cádmio também apresentou bioacumulação na musculatura, mas apenas na área antropizada do estado do Maranhão Os demais metais obtiveram FBA<1, indicando que embora o sedimento de manguezal seja considerado o principal reservatório de metais nos manguezais, os valores encontrados nas estruturas podem ter sido absorvidos de outras fontes como água e alimentação (vegetação). Contudo, para os manguezais amazônicos avaliados, os tecidos/estruturas de U. cordatus são evidência de uma bioacumulação direta expressiva, que poderá ser melhor demonstrada a partir de uma avaliação mais holística dos demais componentes bióticos e abióticos do ecossistema manguezal.