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Voltar a vir a ser, a busca da ancestralidade esquecida
Temos registro da existência da prática da capoeira no Brasil desde o século XIX. Uma expressão cultural e filosófica de matriz africana que resistiu a colonização europeia imbricada nos processos históricos e sociais que fizeram parte da vida de africanos(as) no Brasil. Pensando a capoeira como território de respeito as diferenças e de alteridade, esse artigo busca compreender como os grupos de capoeira foram influenciados pela lógica individualista e excludente do sistema capitalista, e analisar os efeitos dessa influencia na ética da organização dos grupos a partir da análise dos recentes casos de abuso de ordem moral e sexual praticados por mestres de um dos maiores grupos de capoeira da atualidade. Busca também projetar outras possibilidades epistemológicas com base no perspectivismo africano e na pluriversalidade de suas filosofias para podermos pensar o que poderíamos voltar a vir a ser. O artigo conclui que há um afastamento dos praticantes de capoeira das epistemologias que estruturaram essa expressão cultural afro-brasileira e que somado a isso, a influência do sistema capitalista vem degenerando as relações humanas dentro dos grandes grupos de capoeira.