{"title":"ENDOCARDITE INFECCIOSA","authors":"João Ricardo Cordeiro Fernandes, Mariana Pezzute Lopes, Rinaldo Focaccia Siciliano, Elinthon Tavares Veronese","doi":"10.29381/0103-8559/20223202183-94","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A incidência de endocardite infecciosa (EI) vem aumentando progressivamente, especialmente na população idosa. A apresentação pode ser aguda ou subaguda/crônica, podendo ter evolução fatal se não tratada agressivamente. Em geral, acomete pacientes com alterações estruturais cardíacas (doença reumática, cardiopatias congê-nitas, cirurgia cardíaca valvar prévia), além daqueles portadores de cateteres de longa permanência ou dispositivos intracardíacos e expostos a condições que possam gerar bacteremia, como tratamentos dentários, procedimentos invasivos em trato genitourinário ou intestinal e uso de drogas ilícitas endovenosas. Os principais microorganismos que causam EI são estafilococos e estreptococos. Nos casos de infecção por Staphylococ-cus aureus, ocorre progressão clínica mais rápida, e há maior chance de septicemia e destruição da anatomia valvar com formação de abscessos perivalvares e embolias sépticas. Por outro lado, estreptococos, especialmente do grupo viridans, causam geralmente infecções com evolução mais arrastada. Os dois pilares do diagnóstico da EI consistem nas hemoculturas e no ecocardiograma. Outros exames de imagem como a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) podem auxiliar no diagnóstico, sobretudo em casos de EI de próteses valvares. O tratamento medicamentoso deve ser administrado prioritariamente por via endovenosa e com antibióticos de elevada atividade bactericida. A finalidade do tratamento cirúrgico é remover o tecido infectado e restaurar a função valvar. A indicação cirúrgica ocorre em casos de insuficiência cardíaca refratária, evidência de falência clínica do tratamento antibiótico, presença de abscesso ou fístula, novo evento embólico, além de EI causada por organismos de maior virulência, tais como fungos.","PeriodicalId":190881,"journal":{"name":"Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo","volume":"89 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29381/0103-8559/20223202183-94","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A incidência de endocardite infecciosa (EI) vem aumentando progressivamente, especialmente na população idosa. A apresentação pode ser aguda ou subaguda/crônica, podendo ter evolução fatal se não tratada agressivamente. Em geral, acomete pacientes com alterações estruturais cardíacas (doença reumática, cardiopatias congê-nitas, cirurgia cardíaca valvar prévia), além daqueles portadores de cateteres de longa permanência ou dispositivos intracardíacos e expostos a condições que possam gerar bacteremia, como tratamentos dentários, procedimentos invasivos em trato genitourinário ou intestinal e uso de drogas ilícitas endovenosas. Os principais microorganismos que causam EI são estafilococos e estreptococos. Nos casos de infecção por Staphylococ-cus aureus, ocorre progressão clínica mais rápida, e há maior chance de septicemia e destruição da anatomia valvar com formação de abscessos perivalvares e embolias sépticas. Por outro lado, estreptococos, especialmente do grupo viridans, causam geralmente infecções com evolução mais arrastada. Os dois pilares do diagnóstico da EI consistem nas hemoculturas e no ecocardiograma. Outros exames de imagem como a tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) podem auxiliar no diagnóstico, sobretudo em casos de EI de próteses valvares. O tratamento medicamentoso deve ser administrado prioritariamente por via endovenosa e com antibióticos de elevada atividade bactericida. A finalidade do tratamento cirúrgico é remover o tecido infectado e restaurar a função valvar. A indicação cirúrgica ocorre em casos de insuficiência cardíaca refratária, evidência de falência clínica do tratamento antibiótico, presença de abscesso ou fístula, novo evento embólico, além de EI causada por organismos de maior virulência, tais como fungos.