{"title":"从橱柜到地下室","authors":"Camila Daltro","doi":"10.9771/peri.v1i18.50132","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este ensaio se propõe a pautar a ocupação do território urbano por pessoas LGBTQIA+, bem como questionar as condicionalidades do direito à cidade para quem é dissidente sexual e/ou de gênero. A monstrificação de corpos subalternizados não é uma prática recente, mas herança direta do processo colonizatório que imputava – notadamente a pessoas negras e indígenas – o status sub-humano como prerrogativa destrutiva. A partir disso, discuto como se dão as inserções e expurgos de corpos LGBTQIA+ do espaço urbano, situando essa discussão especificamente na cidade de Salvador, Bahia, a partir de estabelecimentos voltados principalmente para a população lésbica e sapatão local. Por meio do retrato dos bares Caras & Bocas e Sapoti, questiono as barreiras geográficas visíveis e invisíveis que vilipendiam o direito ao afeto público e à memória coletiva dissidente, construída a partir e por meio de espaços de socialização compulsoriamente boicotados pela sociedade civil heteronormativa.","PeriodicalId":239476,"journal":{"name":"Revista Periódicus","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Dos armários aos porões\",\"authors\":\"Camila Daltro\",\"doi\":\"10.9771/peri.v1i18.50132\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este ensaio se propõe a pautar a ocupação do território urbano por pessoas LGBTQIA+, bem como questionar as condicionalidades do direito à cidade para quem é dissidente sexual e/ou de gênero. A monstrificação de corpos subalternizados não é uma prática recente, mas herança direta do processo colonizatório que imputava – notadamente a pessoas negras e indígenas – o status sub-humano como prerrogativa destrutiva. A partir disso, discuto como se dão as inserções e expurgos de corpos LGBTQIA+ do espaço urbano, situando essa discussão especificamente na cidade de Salvador, Bahia, a partir de estabelecimentos voltados principalmente para a população lésbica e sapatão local. Por meio do retrato dos bares Caras & Bocas e Sapoti, questiono as barreiras geográficas visíveis e invisíveis que vilipendiam o direito ao afeto público e à memória coletiva dissidente, construída a partir e por meio de espaços de socialização compulsoriamente boicotados pela sociedade civil heteronormativa.\",\"PeriodicalId\":239476,\"journal\":{\"name\":\"Revista Periódicus\",\"volume\":\"35 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-01-16\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista Periódicus\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.9771/peri.v1i18.50132\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Periódicus","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.9771/peri.v1i18.50132","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este ensaio se propõe a pautar a ocupação do território urbano por pessoas LGBTQIA+, bem como questionar as condicionalidades do direito à cidade para quem é dissidente sexual e/ou de gênero. A monstrificação de corpos subalternizados não é uma prática recente, mas herança direta do processo colonizatório que imputava – notadamente a pessoas negras e indígenas – o status sub-humano como prerrogativa destrutiva. A partir disso, discuto como se dão as inserções e expurgos de corpos LGBTQIA+ do espaço urbano, situando essa discussão especificamente na cidade de Salvador, Bahia, a partir de estabelecimentos voltados principalmente para a população lésbica e sapatão local. Por meio do retrato dos bares Caras & Bocas e Sapoti, questiono as barreiras geográficas visíveis e invisíveis que vilipendiam o direito ao afeto público e à memória coletiva dissidente, construída a partir e por meio de espaços de socialização compulsoriamente boicotados pela sociedade civil heteronormativa.