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O SERTÃO TAMBÉM SAMBA: REFLEXÕES SOBRE O SAMBA DE RODA NO DISCURSO ETNOMUSICOLÓGICO
Este artigo propõe um novo conceito etnogeográfico para o samba de roda que inclui o semiárido da Bahia. Diante da ascensão do samba de roda enquanto objeto de estudo acadêmico e patrimônio do Estado, forma-se um senso comum em que este samba pertence particularmente ao Recôncavo baiano, o território por volta da Baía de Todos os Santos, e melhor reflete uma identidade baiana exclusiva às comunidades negras dessa região. A realidade do interior da Bahia — do Recôncavo até os sertões do Rio São Francisco — demonstra que o samba de roda é igualmente importante às comunidades rurais multirraciais de diversas regiões do estado, contudo, cria e reflete realidades distintas. Reconhecer isso envolve enfrentar fatos incômodos: a exclusão histórica do semiárido do discurso sobre a identidade baiana, a negação da influência da cultura afrobaiana no sertão e o incontável número de ‘pequenos mundos de samba’ que desafiam os inventários e classificações utilizados na construção do patrimônio do estado.