{"title":"巴西外交的传统与想象","authors":"Pedro Luiz Rodrigues Barreto","doi":"10.35699/2525-8036.2021.35800","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A diplomacia desempenhou um notório papel na formação histórica do Estado do Brasil. Por essa razão, o patrono da diplomacia brasileira, o Barão de Rio Branco, tornou-se também um dos mais importantes heróis nacionais do país. Como Ministro das Relações Exteriores, Rio Branco foi responsável por conceber as linhas mestras da atuação internacional do Brasil moderno. A partir de sua administração, todo o desenvolvimento da diplomacia brasileira foi definido como a continuação dos postulados e da tradição por ele inaugurados. A relevância e a permanência desse seu legado se deram, a nosso juízo, especialmente por uma singular transformação de ordem simbólica e axiológica que imprimiu ao Itamaraty, transformação essa que lhe confere um inegável prestígio no rol dos estadistas brasileiros. Durante a República, contudo, o ícone histórico do Barão parece ter também se transformado profundamente, assumindo características típicas de uma narrativa mítica. Nesse movimento, a idealização de tal personagem converteu-o em uma espécie de mito fundador da política externa brasileira. A figura mítica de Rio Branco, portanto, é aspecto central de nossa tradição diplomática. À luz dessas considerações, o presente trabalho visa refletir sobre a construção mitológica do Barão de Rio Branco e de seu imaginário diplomático, compreendendo-os como recursos de natureza simbólica e ideológica, que são empregados por nosso Estado Nacional na perseguição de seus interesses estratégicos.","PeriodicalId":256878,"journal":{"name":"Revista de Ciências do Estado","volume":"56 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Tradição e imaginário na diplomacia brasileira\",\"authors\":\"Pedro Luiz Rodrigues Barreto\",\"doi\":\"10.35699/2525-8036.2021.35800\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A diplomacia desempenhou um notório papel na formação histórica do Estado do Brasil. Por essa razão, o patrono da diplomacia brasileira, o Barão de Rio Branco, tornou-se também um dos mais importantes heróis nacionais do país. Como Ministro das Relações Exteriores, Rio Branco foi responsável por conceber as linhas mestras da atuação internacional do Brasil moderno. A partir de sua administração, todo o desenvolvimento da diplomacia brasileira foi definido como a continuação dos postulados e da tradição por ele inaugurados. A relevância e a permanência desse seu legado se deram, a nosso juízo, especialmente por uma singular transformação de ordem simbólica e axiológica que imprimiu ao Itamaraty, transformação essa que lhe confere um inegável prestígio no rol dos estadistas brasileiros. Durante a República, contudo, o ícone histórico do Barão parece ter também se transformado profundamente, assumindo características típicas de uma narrativa mítica. Nesse movimento, a idealização de tal personagem converteu-o em uma espécie de mito fundador da política externa brasileira. A figura mítica de Rio Branco, portanto, é aspecto central de nossa tradição diplomática. À luz dessas considerações, o presente trabalho visa refletir sobre a construção mitológica do Barão de Rio Branco e de seu imaginário diplomático, compreendendo-os como recursos de natureza simbólica e ideológica, que são empregados por nosso Estado Nacional na perseguição de seus interesses estratégicos.\",\"PeriodicalId\":256878,\"journal\":{\"name\":\"Revista de Ciências do Estado\",\"volume\":\"56 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-12-16\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Revista de Ciências do Estado\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.35699/2525-8036.2021.35800\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Ciências do Estado","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35699/2525-8036.2021.35800","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A diplomacia desempenhou um notório papel na formação histórica do Estado do Brasil. Por essa razão, o patrono da diplomacia brasileira, o Barão de Rio Branco, tornou-se também um dos mais importantes heróis nacionais do país. Como Ministro das Relações Exteriores, Rio Branco foi responsável por conceber as linhas mestras da atuação internacional do Brasil moderno. A partir de sua administração, todo o desenvolvimento da diplomacia brasileira foi definido como a continuação dos postulados e da tradição por ele inaugurados. A relevância e a permanência desse seu legado se deram, a nosso juízo, especialmente por uma singular transformação de ordem simbólica e axiológica que imprimiu ao Itamaraty, transformação essa que lhe confere um inegável prestígio no rol dos estadistas brasileiros. Durante a República, contudo, o ícone histórico do Barão parece ter também se transformado profundamente, assumindo características típicas de uma narrativa mítica. Nesse movimento, a idealização de tal personagem converteu-o em uma espécie de mito fundador da política externa brasileira. A figura mítica de Rio Branco, portanto, é aspecto central de nossa tradição diplomática. À luz dessas considerações, o presente trabalho visa refletir sobre a construção mitológica do Barão de Rio Branco e de seu imaginário diplomático, compreendendo-os como recursos de natureza simbólica e ideológica, que são empregados por nosso Estado Nacional na perseguição de seus interesses estratégicos.