{"title":"(重新)思考“传统”旅行叙事——散居作为跨文化主体在色彩缺陷中的形成","authors":"Camila de Matos Silva","doi":"10.30620/P.I..V10I2.10845","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo propõe pensar a respeito de como tem sido conceituado e analisado as Literaturas de Viagens, bem como este gênero literário tem sido composto (quase que) exclusivamente por cânones e/ou pessoas que têm a viagem, praticamente, dentro de uma ótica positiva. Neste sentido, questionamos o lugar do negro na diáspora, da dor e da visão daqueles que inúmeras vezes não puderam (e não podem) escolher suas viagens. Para isso, elegemos o romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, uma vez que a narradora-personagem, Kehinde, é um sujeito transeunte — que tem a viagem como força de resistência e (auto)conhecimento. Kehinde viaja muito durante todo o romance, seja em busca do filho perdido, seja fugindo de perseguições, seja para se iniciar como vodunsí, seja para seu retorno à África e/ou ao Brasil. Seus trânsitos são cheios de muita luta e dor — mas trazem também características inegáveis da Literatura de Viagem (“tradicional), então, por que não ler a obra por esse viés? Por que ainda é tão difícil inserir nossas narrativas negras, banhadas em ejè, sangue, dentro de certas epistemologias?","PeriodicalId":128891,"journal":{"name":"Pontos de Interrogação — Revista de Crítica Cultural","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-02-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"(RE)PENSANDO A RESPEITO DAS NARRATIVAS DE VIAGEM “TRADICIONAIS” — DIÁSPORA COMO FORMAÇÃO DO SUJEITO TRANSCULTURAL EM UM DEFEITO DE COR\",\"authors\":\"Camila de Matos Silva\",\"doi\":\"10.30620/P.I..V10I2.10845\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo propõe pensar a respeito de como tem sido conceituado e analisado as Literaturas de Viagens, bem como este gênero literário tem sido composto (quase que) exclusivamente por cânones e/ou pessoas que têm a viagem, praticamente, dentro de uma ótica positiva. Neste sentido, questionamos o lugar do negro na diáspora, da dor e da visão daqueles que inúmeras vezes não puderam (e não podem) escolher suas viagens. Para isso, elegemos o romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, uma vez que a narradora-personagem, Kehinde, é um sujeito transeunte — que tem a viagem como força de resistência e (auto)conhecimento. Kehinde viaja muito durante todo o romance, seja em busca do filho perdido, seja fugindo de perseguições, seja para se iniciar como vodunsí, seja para seu retorno à África e/ou ao Brasil. Seus trânsitos são cheios de muita luta e dor — mas trazem também características inegáveis da Literatura de Viagem (“tradicional), então, por que não ler a obra por esse viés? Por que ainda é tão difícil inserir nossas narrativas negras, banhadas em ejè, sangue, dentro de certas epistemologias?\",\"PeriodicalId\":128891,\"journal\":{\"name\":\"Pontos de Interrogação — Revista de Crítica Cultural\",\"volume\":\"4 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-02-14\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Pontos de Interrogação — Revista de Crítica Cultural\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.30620/P.I..V10I2.10845\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Pontos de Interrogação — Revista de Crítica Cultural","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.30620/P.I..V10I2.10845","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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摘要
这篇文章建议思考旅行文学是如何被概念化和分析的,以及这种文学体裁是如何(几乎)完全由经典和/或从积极的角度看待旅行的人组成的。从这个意义上说,我们质疑黑人在散居侨民中的地位,质疑那些无数次不能(也不能)选择旅行的人的痛苦和愿景。为此,我们选择了安娜·玛丽亚goncalves的小说《Um defeito de cor》,因为叙述者角色凯欣德是一个路人,他的旅程是一种抵抗和(自我)认识的力量。凯欣德在整个小说中旅行了很多,要么是为了寻找失去的儿子,要么是为了逃避迫害,要么是为了以沃顿西的身份开始,要么是为了回到非洲和/或巴西。他的旅程充满了挣扎和痛苦,但也带来了不可否认的(“传统”)旅行文学的特点,所以为什么不从这种偏见来读这本书呢?为什么我们仍然很难将我们的黑人叙事,沐浴在ej,血中,插入到某些认识论中?
(RE)PENSANDO A RESPEITO DAS NARRATIVAS DE VIAGEM “TRADICIONAIS” — DIÁSPORA COMO FORMAÇÃO DO SUJEITO TRANSCULTURAL EM UM DEFEITO DE COR
Este artigo propõe pensar a respeito de como tem sido conceituado e analisado as Literaturas de Viagens, bem como este gênero literário tem sido composto (quase que) exclusivamente por cânones e/ou pessoas que têm a viagem, praticamente, dentro de uma ótica positiva. Neste sentido, questionamos o lugar do negro na diáspora, da dor e da visão daqueles que inúmeras vezes não puderam (e não podem) escolher suas viagens. Para isso, elegemos o romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves, uma vez que a narradora-personagem, Kehinde, é um sujeito transeunte — que tem a viagem como força de resistência e (auto)conhecimento. Kehinde viaja muito durante todo o romance, seja em busca do filho perdido, seja fugindo de perseguições, seja para se iniciar como vodunsí, seja para seu retorno à África e/ou ao Brasil. Seus trânsitos são cheios de muita luta e dor — mas trazem também características inegáveis da Literatura de Viagem (“tradicional), então, por que não ler a obra por esse viés? Por que ainda é tão difícil inserir nossas narrativas negras, banhadas em ejè, sangue, dentro de certas epistemologias?