{"title":"农村社区设计实践的反思性教育模式:以墨西哥Cuetzalan的竹子产品制造商为例。","authors":"Sebastian Maya","doi":"10.24135/link2021.v2i1.58.g43","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O desenho industrial profissionalizou-se na América Latina durante os anos 60 e 70 sob um plano internacional de desenvolvimento econômico e tecnológico para nações “subdesenvolvidas”, apoiado, principalmente, pelos Estados Unidos e vários países europeus. Desde então, muitos estudiosos revisaram a prática do desenho industrial e propuseram novas formas de reinterpretar o design latino-americano, de acordo com as perspectivas atuais sobre o contexto e o território. Esta pesquisa busca um modelo educacional reflexivo, baseado na compreensão de um sistema sociotécnico para uma prática mista de design artesanal-industrial com comunidades rurais no México. Combinando perspectivas pós e descoloniais e teorias críticas do neoliberalismo no campo do design, e análises localizadas de práticas de design dentro das comunidades rurais de fabricantes de produtos de bambu em Cuetzalan (Puebla, México), é possível desvendar a agência de tradução de designers (também como indivíduos com interesses pessoais e profissionais) entre as pressões do sistema econômico global e interno de crenças e posições das comunidades. Apesar dos extensos esforços para estudar a transformação da prática do design no continente, é necessário destacar que a educação profissional em design quase não incorporou nenhuma dessas reflexões em suas estruturas acadêmicas institucionais. Como mostra o professor Juan Camilo Buitrago no caso colombiano, muitas universidades estavam vinculadas às políticas econômicas do governo “pela necessidade de se alinharem aos projetos que o Estado estava mobilizando a partir da industrialização para incentivar as exportações” (2012, p. 26). Esta ideia ainda é válida, pois as universidades públicas e privadas competem constantemente por recursos econômicos, que trocam com conhecimentos aplicados que apontam para o desenvolvimento de diversos setores da economia. A influência dos regimes de representação do desenvolvimento na prática do design na América Latina é perceptível quando se analisa a partir de uma perspectiva rural. É possível encontrar nesses contextos inúmeros estudos que buscam conciliar as formas epistemológicas e ontológicas acadêmicas com as formas rurais de compreensão do mundo. Apesar disso, as ideias de alcançar o bem-estar a partir do desenvolvimento se manifestam em todas as camadas sociais, segundo a obra de Arturo Escobar. Este trabalho fez parte de uma série de cursos de nível universitário, que trazem novas perspectivas sobre a organização econômica e política a partir de estruturas cooperativas dentro das práticas de design. A pesquisa atual inclui todos os atores envolvidos no processo educacional e as pessoas próximas aos processos de transformação do bambu em Cuetzalan. Os resultados fornecem ferramentas analíticas que permitem aos designers desconstruir suas raízes econômico-industriais para cuidar de pontes que harmonizem atitudes imaginativas e criativas entre designers e artesãos rurais. Estas atitudes não estão relacionadas apenas à configuração das habilidades ou sensibilidade dos produtos, mas, também, à capacidade de compreender outras formas de perceber e se conectar com o mundo e a sociedade.","PeriodicalId":340269,"journal":{"name":"LINK 2021 Conference Proceedings","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Um modelo educacional reflexivo para a prática de design com comunidades rurais: o caso de fabricantes de produtos de bambu em Cuetzalan, México.\",\"authors\":\"Sebastian Maya\",\"doi\":\"10.24135/link2021.v2i1.58.g43\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O desenho industrial profissionalizou-se na América Latina durante os anos 60 e 70 sob um plano internacional de desenvolvimento econômico e tecnológico para nações “subdesenvolvidas”, apoiado, principalmente, pelos Estados Unidos e vários países europeus. 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O desenho industrial profissionalizou-se na América Latina durante os anos 60 e 70 sob um plano internacional de desenvolvimento econômico e tecnológico para nações “subdesenvolvidas”, apoiado, principalmente, pelos Estados Unidos e vários países europeus. Desde então, muitos estudiosos revisaram a prática do desenho industrial e propuseram novas formas de reinterpretar o design latino-americano, de acordo com as perspectivas atuais sobre o contexto e o território. Esta pesquisa busca um modelo educacional reflexivo, baseado na compreensão de um sistema sociotécnico para uma prática mista de design artesanal-industrial com comunidades rurais no México. Combinando perspectivas pós e descoloniais e teorias críticas do neoliberalismo no campo do design, e análises localizadas de práticas de design dentro das comunidades rurais de fabricantes de produtos de bambu em Cuetzalan (Puebla, México), é possível desvendar a agência de tradução de designers (também como indivíduos com interesses pessoais e profissionais) entre as pressões do sistema econômico global e interno de crenças e posições das comunidades. Apesar dos extensos esforços para estudar a transformação da prática do design no continente, é necessário destacar que a educação profissional em design quase não incorporou nenhuma dessas reflexões em suas estruturas acadêmicas institucionais. Como mostra o professor Juan Camilo Buitrago no caso colombiano, muitas universidades estavam vinculadas às políticas econômicas do governo “pela necessidade de se alinharem aos projetos que o Estado estava mobilizando a partir da industrialização para incentivar as exportações” (2012, p. 26). Esta ideia ainda é válida, pois as universidades públicas e privadas competem constantemente por recursos econômicos, que trocam com conhecimentos aplicados que apontam para o desenvolvimento de diversos setores da economia. A influência dos regimes de representação do desenvolvimento na prática do design na América Latina é perceptível quando se analisa a partir de uma perspectiva rural. É possível encontrar nesses contextos inúmeros estudos que buscam conciliar as formas epistemológicas e ontológicas acadêmicas com as formas rurais de compreensão do mundo. Apesar disso, as ideias de alcançar o bem-estar a partir do desenvolvimento se manifestam em todas as camadas sociais, segundo a obra de Arturo Escobar. Este trabalho fez parte de uma série de cursos de nível universitário, que trazem novas perspectivas sobre a organização econômica e política a partir de estruturas cooperativas dentro das práticas de design. A pesquisa atual inclui todos os atores envolvidos no processo educacional e as pessoas próximas aos processos de transformação do bambu em Cuetzalan. Os resultados fornecem ferramentas analíticas que permitem aos designers desconstruir suas raízes econômico-industriais para cuidar de pontes que harmonizem atitudes imaginativas e criativas entre designers e artesãos rurais. Estas atitudes não estão relacionadas apenas à configuração das habilidades ou sensibilidade dos produtos, mas, também, à capacidade de compreender outras formas de perceber e se conectar com o mundo e a sociedade.