{"title":"从巴图克到巴图卡达:卡洛斯·普拉多作品中的黑人女性身体","authors":"Edmarcia Regina Tinta","doi":"10.20396/eha.vi14.3382","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Muitos artistas brasileiros, que hoje se enquadram na chamada segunda fase modernista, estavam preocupados com os problemas sociais, retratando-os em seus trabalhos artísticos, sobretudo nas linguagens literárias e nas artes plásticas. Os trabalhos do período são marcados por um forte regionalismo, retratando diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade. O país passava por aumento de desemprego, fome e miséria, culminando na Revolução de 1930, movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. O resultado foi o golpe de Estado que depôs o então presidente da república Washington Luís em outubro de 1930 e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes. Assim finalizou o período conhecido como República Velha. Em sintonia com as tendências estéticas, o artista, e também arquiteto, Carlos Prado tem um percurso muito sensível às questões sociais, que começa pelo seu inicial engajamento com o Partido Comunista Brasileiro, com posterior distanciamento, mas sempre presente em seus trabalhos pictóricos. Proveniente de tradicional família produtora de café e proprietária de indústrias, Carlos Prado sempre esteve acostumado ao luxo e ao conforto, frequentava o Clube Atlético Paulistano, que reunia a elite da sociedade paulista1. Um de seus trabalhos mais conhecidos, a pintura a óleo “Batuque” de 1935, traz em si as preocupações sociais do artista (Figura 1). 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De batuque à batucada: o corpo da mulher negras nas obras de Carlos Prado
Muitos artistas brasileiros, que hoje se enquadram na chamada segunda fase modernista, estavam preocupados com os problemas sociais, retratando-os em seus trabalhos artísticos, sobretudo nas linguagens literárias e nas artes plásticas. Os trabalhos do período são marcados por um forte regionalismo, retratando diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade. O país passava por aumento de desemprego, fome e miséria, culminando na Revolução de 1930, movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul. O resultado foi o golpe de Estado que depôs o então presidente da república Washington Luís em outubro de 1930 e impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes. Assim finalizou o período conhecido como República Velha. Em sintonia com as tendências estéticas, o artista, e também arquiteto, Carlos Prado tem um percurso muito sensível às questões sociais, que começa pelo seu inicial engajamento com o Partido Comunista Brasileiro, com posterior distanciamento, mas sempre presente em seus trabalhos pictóricos. Proveniente de tradicional família produtora de café e proprietária de indústrias, Carlos Prado sempre esteve acostumado ao luxo e ao conforto, frequentava o Clube Atlético Paulistano, que reunia a elite da sociedade paulista1. Um de seus trabalhos mais conhecidos, a pintura a óleo “Batuque” de 1935, traz em si as preocupações sociais do artista (Figura 1). Antes do quadro chegar no acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo pelo Programa Caixa de Entidades Culturais2, a obra foi exposta em eventos significativos como o I Salão de Maio, realizado no Hotel Esplanada (1937), a Mostra do Redescobrimento (2000), as exposições Novecento Sudamericano Relações Artisticas entre Itália, Argentina, Brasil e Uru-