{"title":"成为环境-成为后万物有灵论者:生活是乌托邦","authors":"Carlos Eduardo Tsuda","doi":"10.24135/link2021.v2i1.158.g331","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste artigo, apresento estudos de caso das intervenções urbanas, instalações e performances para o espaço público da minha série de arte intitulada “A vida é uma Utopia”. “Life is an Utopia” é uma pesquisa artística e uma série de obras de arte que visa discutir questões sociais-políticas-ambientais-culturais contemporâneas por meio de uma perspectiva estética e práticas poéticas. Propõe um exercício crítico de cruzamento de fronteiras entre arte sonora, performance audiovisual, performance, instalação e intervenção urbana, que questiona a crescente desvalorização da vida face ao mercado financeiro, manifestada nas recentes catástrofes ambientais e no desmantelamento sistemático dos direitos sociais e humanos no Brasil. A partir de proposições de contraposição entre o embotamento e o contemplativo, na série a artista explora o termo cultural japonês “Ma” como uma abertura ao ambiente, a tudo que nos rodeia e não controlamos, propondo uma visão crítica do sistema através de uma perspectiva resiliente. À luz de autores de diferentes modalidades disciplinares, pratico a investigação interdisciplinar e descentralizada, hibridizando diferentes formas de produção de conhecimento através do diálogo entre a investigação teórica e a prática artística. Apresento os conceitos de tornar-se meio ambiente e tornar-se pós-animista como formas de montagens poéticas e estéticas da vida pública e suas inúmeras implicações sócio-político-ambientais na relação entre humanidade e Natureza, sociedade e espiritualidade, corpo e alma e comunidade, espiritualidade e Natureza. Com base no conceito de pós-animismo ou animismo pós-moderno, do sociólogo japonês Shoko Yoneyama, e nas perspectivas cosmológicas e animistas dos intelectuais indígenas brasileiros Ailton Krenak e Davi Kopenawa, pretendo problematizar etapas do processo criativo das obras e sua relação com a vida pública, no que diz respeito às formas de interação e participação pública, às mudanças perceptivas do espectador e à transformação das estruturas de relacionamento e estratos sociais estabelecidos no espaço. Num sentido macro, abordarei as inúmeras modalidades do experimentalismo sócio-político-artístico e do silêncio como forma de resistência e resiliência política. Neste contexto, processos criativos envolvendo a construção de redes de interatividade, a criação de redes de ativação temporária, o desenvolvimento e promoção de processos de negociação de curto, médio e longo prazos, o desenvolvimento de processos de subversão, hacking, infiltração e contaminação, a criação de sensações e distorções temporais e espaciais, e as transformações afetivas das relações interpessoais e sociais.","PeriodicalId":340269,"journal":{"name":"LINK 2021 Conference Proceedings","volume":"89 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Tornando-se meio ambiente_tornando-se pós-animista: A vida é uma utopia\",\"authors\":\"Carlos Eduardo Tsuda\",\"doi\":\"10.24135/link2021.v2i1.158.g331\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Neste artigo, apresento estudos de caso das intervenções urbanas, instalações e performances para o espaço público da minha série de arte intitulada “A vida é uma Utopia”. “Life is an Utopia” é uma pesquisa artística e uma série de obras de arte que visa discutir questões sociais-políticas-ambientais-culturais contemporâneas por meio de uma perspectiva estética e práticas poéticas. 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Tornando-se meio ambiente_tornando-se pós-animista: A vida é uma utopia
Neste artigo, apresento estudos de caso das intervenções urbanas, instalações e performances para o espaço público da minha série de arte intitulada “A vida é uma Utopia”. “Life is an Utopia” é uma pesquisa artística e uma série de obras de arte que visa discutir questões sociais-políticas-ambientais-culturais contemporâneas por meio de uma perspectiva estética e práticas poéticas. Propõe um exercício crítico de cruzamento de fronteiras entre arte sonora, performance audiovisual, performance, instalação e intervenção urbana, que questiona a crescente desvalorização da vida face ao mercado financeiro, manifestada nas recentes catástrofes ambientais e no desmantelamento sistemático dos direitos sociais e humanos no Brasil. A partir de proposições de contraposição entre o embotamento e o contemplativo, na série a artista explora o termo cultural japonês “Ma” como uma abertura ao ambiente, a tudo que nos rodeia e não controlamos, propondo uma visão crítica do sistema através de uma perspectiva resiliente. À luz de autores de diferentes modalidades disciplinares, pratico a investigação interdisciplinar e descentralizada, hibridizando diferentes formas de produção de conhecimento através do diálogo entre a investigação teórica e a prática artística. Apresento os conceitos de tornar-se meio ambiente e tornar-se pós-animista como formas de montagens poéticas e estéticas da vida pública e suas inúmeras implicações sócio-político-ambientais na relação entre humanidade e Natureza, sociedade e espiritualidade, corpo e alma e comunidade, espiritualidade e Natureza. Com base no conceito de pós-animismo ou animismo pós-moderno, do sociólogo japonês Shoko Yoneyama, e nas perspectivas cosmológicas e animistas dos intelectuais indígenas brasileiros Ailton Krenak e Davi Kopenawa, pretendo problematizar etapas do processo criativo das obras e sua relação com a vida pública, no que diz respeito às formas de interação e participação pública, às mudanças perceptivas do espectador e à transformação das estruturas de relacionamento e estratos sociais estabelecidos no espaço. Num sentido macro, abordarei as inúmeras modalidades do experimentalismo sócio-político-artístico e do silêncio como forma de resistência e resiliência política. Neste contexto, processos criativos envolvendo a construção de redes de interatividade, a criação de redes de ativação temporária, o desenvolvimento e promoção de processos de negociação de curto, médio e longo prazos, o desenvolvimento de processos de subversão, hacking, infiltração e contaminação, a criação de sensações e distorções temporais e espaciais, e as transformações afetivas das relações interpessoais e sociais.