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O presente artigo, escrito no contexto da pandemia do novo coronavírus no Brasil, vale-se da proposição imagética do caráter destrutivo presente nos escritos de Walter Benjamin e aponta para condensações históricas e temporais em que o mundo é posto à prova em sua vocação para a destruição. Neste artigo, buscamos operacionalizar o jogo que compõe a relação entre a imagem de uma destruição necessária para a abertura do novo e a possibilidade de operacionalizar um gesto retroversivo da narrativa que se faz pela aliança com a infância, isto é, transformando as formas de contar a história e de atravessar o tempo presente. Para isso, passamos por uma crítica à concepção hegemônica de infância que é silenciada pela docilização e nos amparamos em uma concepção política de infância. Entre o que desmorona, as crianças são herdeiras da sobrevivência da arte de contar histórias, enfrentando a acelerada temporalidade da informação, reanimando o potencial de fazer dessas narrativas longínquas certa matéria-prima de orientação para o presente e o porvir. Utilizamo-nos também de produções literárias protagonizadas por crianças na América Latina que nos oferecem a imagem da face de algo que somos e nos convocam à reparação pela possibilidade de recontarmos parte de nossa história.