Mariana Fraga Oliveira, Mariana Barros Sucupira Contino, Luiz Antonio dos Anjos
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Os dados da POF pertinentes a presente analise (idade, sexo, macrorregiao, renda, habitacao, massa corporal e estatura) foram obtidos dos microdados disponiveis no site do IBGE. Para que fosse possivel a comparacao entre os dados das duas pesquisas, utilizou-se os metodos sobre avaliacao realizada nos dados da PNSN por Tavares & Anjos (1999), de onde se obteve os resultados da PNSN. O EN foi estabelecido pelo Indice de Massa Corporal, calculado como massa corporal dividida pelo quadrado da estatura, seguindo os pontos de corte da OMS (WHO, 1995). A idade foi estratificada em faixas de 5 anos a partir dos 60 ate os 80 anos, sendo agrupadas numa unica faixa apos esta idade. Os dados foram processados no SAS, considerando a amostragem complexa das pesquisas com o uso dos respectivos pesos amostrais calibrados para representar a populacao brasileira. Na PNSN foram 4277 idosos com dados validos que representavam 10229403 individuos. Do total, 47,4% eram homens. Na POF foram analisados dados de 20099 idosos, representando 21341727 individuos, sendo 44,5% homens. Havia mais mulheres em todas as faixas etarias e mais da metade da populacao estudada se concentrou na faixa de 60-69,9 anos em ambas as pesquisas. Em ambas as pesquisas observou-se que o percentual de sobrepeso Grau II e III foi maior entre as mulheres. A prevalencia de magreza foi maior na PNSN em todas as faixas etarias, ao contrario da prevalencia de sobrepeso, que foi maior na POF. Quando analisada por macrorregiao, a prevalencia de sobrepeso foi maior no Sul, Sudeste e Centro-Oeste em relacao ao Norte e Nordeste, ao contrario da magreza, que foi maior os dois ultimos. A area rural se destacou nas prevalencias de magreza e adequacao. O percentual de magreza foi inversamente proporcional a renda media domiciliar per capita e as condicoes de moradia em ambas as pesquisas. O presente trabalho pode confirmar a transicao nutricional no Brasil entre os idosos. Os dados da PNSN, de 1989, apresentam uma populacao idosa cujo estado nutricional e majoritariamente adequado, com prevalencias de magreza e sobrepeso pouco preocupantes. Em contrapartida, os dados da POF de 2008-09 revelaram uma populacao com tendencia ao sobrepeso e menores prevalencias de magreza. Este achado se assemelha ao achado para a populacao brasileira mais jovem e requer planejamento do setor de saude para enfrenta-lo adequadamente.","PeriodicalId":378003,"journal":{"name":"JMPHC. 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Tendência do estado nutricional da população idosa brasileira de 1989 a 2009
O declinio das taxas de fecundidade e mortalidade vem aumentando progressivamente a proporcao de idosos no Brasil, demonstrando a necessidade de se melhorar o conhecimento a respeito desta populacao. Estudos populacionais indicam que o estado nutricional (EN) da populacao jovem e adulta brasileira vem se modificando ao longo dos anos para um quadro de reducao da desnutricao e aumento do sobrepeso/obesidade. O presente estudo tem como objetivoavaliaro ENda populacao idosa brasileira, com base na Pesquisa Nacional de Saude e Nutricao (PNSN) realizada em 1989 e na Pesquisa de Orcamento Familiar (POF) realizada em 2008-2009. Os dados da POF pertinentes a presente analise (idade, sexo, macrorregiao, renda, habitacao, massa corporal e estatura) foram obtidos dos microdados disponiveis no site do IBGE. Para que fosse possivel a comparacao entre os dados das duas pesquisas, utilizou-se os metodos sobre avaliacao realizada nos dados da PNSN por Tavares & Anjos (1999), de onde se obteve os resultados da PNSN. O EN foi estabelecido pelo Indice de Massa Corporal, calculado como massa corporal dividida pelo quadrado da estatura, seguindo os pontos de corte da OMS (WHO, 1995). A idade foi estratificada em faixas de 5 anos a partir dos 60 ate os 80 anos, sendo agrupadas numa unica faixa apos esta idade. Os dados foram processados no SAS, considerando a amostragem complexa das pesquisas com o uso dos respectivos pesos amostrais calibrados para representar a populacao brasileira. Na PNSN foram 4277 idosos com dados validos que representavam 10229403 individuos. Do total, 47,4% eram homens. Na POF foram analisados dados de 20099 idosos, representando 21341727 individuos, sendo 44,5% homens. Havia mais mulheres em todas as faixas etarias e mais da metade da populacao estudada se concentrou na faixa de 60-69,9 anos em ambas as pesquisas. Em ambas as pesquisas observou-se que o percentual de sobrepeso Grau II e III foi maior entre as mulheres. A prevalencia de magreza foi maior na PNSN em todas as faixas etarias, ao contrario da prevalencia de sobrepeso, que foi maior na POF. Quando analisada por macrorregiao, a prevalencia de sobrepeso foi maior no Sul, Sudeste e Centro-Oeste em relacao ao Norte e Nordeste, ao contrario da magreza, que foi maior os dois ultimos. A area rural se destacou nas prevalencias de magreza e adequacao. O percentual de magreza foi inversamente proporcional a renda media domiciliar per capita e as condicoes de moradia em ambas as pesquisas. O presente trabalho pode confirmar a transicao nutricional no Brasil entre os idosos. Os dados da PNSN, de 1989, apresentam uma populacao idosa cujo estado nutricional e majoritariamente adequado, com prevalencias de magreza e sobrepeso pouco preocupantes. Em contrapartida, os dados da POF de 2008-09 revelaram uma populacao com tendencia ao sobrepeso e menores prevalencias de magreza. Este achado se assemelha ao achado para a populacao brasileira mais jovem e requer planejamento do setor de saude para enfrenta-lo adequadamente.