{"title":"LEITURA E ESCRITA DO MUNDO","authors":"Diana Lusa","doi":"10.15210/dg-revista.v1i1.2011","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Tendo como proposta embasar-se em referências locais para as análises, de acordo com um pensamento decolonial, esta escrita objetiva refletir sobre a relação da mulher com a leitura e com a escrita. Com um olhar especial ao primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, são aprofundadas e discutidas as temáticas: mulheres e escritas de si, escrevivência, mulher negra, leitura de mundo, sendo a discussão transversalizada pelos conceitos gênero, classe e raça. O problema central deste estudo é perceber como a leitura e a escrita emergem no livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, pobre, em um processo de escrevivência. A obra é analisada à luz das teorias de Conceição Evaristo; Paulo Freire; Joan Scott; Guacira Lopes Louro; Constância Lima Duarte e Isabella Rosado Nunes. Perecemos que a fome é o fio que perpassa os escritos de Carolina; sua escrita mostra sua leitura de mundo em se perceber mulher, negra, rejeitada, esquecida juntamente com seus filhos; em entender condições sociais, políticas e injustiças a que está submetida. Com a análise podemos dizer que o livro analisado permite ter uma noção da barbárie social em determinada favela do Brasil na década de 1950. A obra nos apresenta a capacidade da autora de ler seu mundo e agir nele dentro do que lhe é possível, também de questionar o que está posto, as políticas, os políticos, a falta de perspectiva. De trazer seus sonhos: morar em uma casa melhor, limpa, ter comida, ver seus filhos educados e na escola.","PeriodicalId":178694,"journal":{"name":"D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero","volume":"75 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/dg-revista.v1i1.2011","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Tendo como proposta embasar-se em referências locais para as análises, de acordo com um pensamento decolonial, esta escrita objetiva refletir sobre a relação da mulher com a leitura e com a escrita. Com um olhar especial ao primeiro livro de Carolina Maria de Jesus, são aprofundadas e discutidas as temáticas: mulheres e escritas de si, escrevivência, mulher negra, leitura de mundo, sendo a discussão transversalizada pelos conceitos gênero, classe e raça. O problema central deste estudo é perceber como a leitura e a escrita emergem no livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, pobre, em um processo de escrevivência. A obra é analisada à luz das teorias de Conceição Evaristo; Paulo Freire; Joan Scott; Guacira Lopes Louro; Constância Lima Duarte e Isabella Rosado Nunes. Perecemos que a fome é o fio que perpassa os escritos de Carolina; sua escrita mostra sua leitura de mundo em se perceber mulher, negra, rejeitada, esquecida juntamente com seus filhos; em entender condições sociais, políticas e injustiças a que está submetida. Com a análise podemos dizer que o livro analisado permite ter uma noção da barbárie social em determinada favela do Brasil na década de 1950. A obra nos apresenta a capacidade da autora de ler seu mundo e agir nele dentro do que lhe é possível, também de questionar o que está posto, as políticas, os políticos, a falta de perspectiva. De trazer seus sonhos: morar em uma casa melhor, limpa, ter comida, ver seus filhos educados e na escola.