Sheila Serafim da Silva, Felipe Eugênio de Leão Esteves
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Modernidade para quem?: o negro e a urbe paulistana
Resultado das discussões engendradas para a composição da dissertação de mestrado intitulada: “Negros em Guaianases: Cultura e Memória”, o presente artigo estabelece uma contextualização a partir dos processos migratórios do campo para o território urbano, tendo como atores grupos negros e imigrantes, sobretudo, italianos, para refletir sobre os processos de urbanização da cidade de São Paulo. Pautados numa modernidade elitista e de caráter eurocêntrica, impressa - na segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX - nos territórios centrais da urbe, nos leva a identificar consequências sobre a presença dos grupos negros que habitavam as respectivas regiões. Em nome de um projeto civilizatório baseado na projeção europeia de embelezamento e de progresso, levado a frente por uma incipiente burguesia urbana, ações higiênicas de extrema violência expulsaram e segregaram tais populações. Logo, pergunta-se: Modernidade para quem? Mais do que uma cidade buscando um pseudo desenvolvimento, seu ideal era branco, europeu, não havia espaços para os negros. A modernidade buscada se fez seletiva e discriminatória, num movimento materializado no tecido urbano que destacou privilégios de uns a custa da invisibilidade de outros.