{"title":"他们在jureia烧了我们的房子!","authors":"Paulo Cesar Franco","doi":"10.20888/ridpher.v7i00.15546","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto é uma narrativa a respeito das diferentes faces da atuação do poder colonial sobre as comunidades tradicionais caiçaras da Juréia, Iguape, litoral sul do Estado de São Paulo. Instalado no Brasil sob o pretexto da cristandade, o colonialismo perpassou os séculos e floresceu com vigor na década de 1950 nas comunidades caiçaras sob a ação violenta das grilagens empreendidas pelos especuladores imobiliários que usavam capangas a cavalo para intimidar os nativos e queimar suas casas. No início dos anos de 1980, a roupagem colonialista se utilizou da estratégia militar para acossar os caiçaras em seus territórios através da ameaça da implantação das usinas nucleares, Angra 3 e 4 pela empresa Nuclebrás, convênio Brasil- Alemanha. A partir de meados de 1986 é decretada a Estação Ecológica da Juréia sobre o Território Caiçara de onde expulsou, pelo cansaço, dezenas de famílias para as periferias das cidades do Vale do Ribeira e Baixada Santista. As queimadas das casas dos caiçaras pelos especuladores de terras não acabaram, atualmente a Fundação Florestal dá continuidade na logística colonizadora destruindo as casas dos moradores nativos da Juréia (Rio Verde e Grajaúna) e dissemina a narrativa de que essas populações não são tradicionais. Enfim, mudou-se o forro do sofá, mas a estrutura colonial continua a mesma!\n \n ","PeriodicalId":118755,"journal":{"name":"RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Queimaram nossa casa na Juréia!\",\"authors\":\"Paulo Cesar Franco\",\"doi\":\"10.20888/ridpher.v7i00.15546\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este texto é uma narrativa a respeito das diferentes faces da atuação do poder colonial sobre as comunidades tradicionais caiçaras da Juréia, Iguape, litoral sul do Estado de São Paulo. Instalado no Brasil sob o pretexto da cristandade, o colonialismo perpassou os séculos e floresceu com vigor na década de 1950 nas comunidades caiçaras sob a ação violenta das grilagens empreendidas pelos especuladores imobiliários que usavam capangas a cavalo para intimidar os nativos e queimar suas casas. No início dos anos de 1980, a roupagem colonialista se utilizou da estratégia militar para acossar os caiçaras em seus territórios através da ameaça da implantação das usinas nucleares, Angra 3 e 4 pela empresa Nuclebrás, convênio Brasil- Alemanha. A partir de meados de 1986 é decretada a Estação Ecológica da Juréia sobre o Território Caiçara de onde expulsou, pelo cansaço, dezenas de famílias para as periferias das cidades do Vale do Ribeira e Baixada Santista. As queimadas das casas dos caiçaras pelos especuladores de terras não acabaram, atualmente a Fundação Florestal dá continuidade na logística colonizadora destruindo as casas dos moradores nativos da Juréia (Rio Verde e Grajaúna) e dissemina a narrativa de que essas populações não são tradicionais. Enfim, mudou-se o forro do sofá, mas a estrutura colonial continua a mesma!\\n \\n \",\"PeriodicalId\":118755,\"journal\":{\"name\":\"RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo\",\"volume\":\"32 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-10-24\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.20888/ridpher.v7i00.15546\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RIDPHE_R Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20888/ridpher.v7i00.15546","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Este texto é uma narrativa a respeito das diferentes faces da atuação do poder colonial sobre as comunidades tradicionais caiçaras da Juréia, Iguape, litoral sul do Estado de São Paulo. Instalado no Brasil sob o pretexto da cristandade, o colonialismo perpassou os séculos e floresceu com vigor na década de 1950 nas comunidades caiçaras sob a ação violenta das grilagens empreendidas pelos especuladores imobiliários que usavam capangas a cavalo para intimidar os nativos e queimar suas casas. No início dos anos de 1980, a roupagem colonialista se utilizou da estratégia militar para acossar os caiçaras em seus territórios através da ameaça da implantação das usinas nucleares, Angra 3 e 4 pela empresa Nuclebrás, convênio Brasil- Alemanha. A partir de meados de 1986 é decretada a Estação Ecológica da Juréia sobre o Território Caiçara de onde expulsou, pelo cansaço, dezenas de famílias para as periferias das cidades do Vale do Ribeira e Baixada Santista. As queimadas das casas dos caiçaras pelos especuladores de terras não acabaram, atualmente a Fundação Florestal dá continuidade na logística colonizadora destruindo as casas dos moradores nativos da Juréia (Rio Verde e Grajaúna) e dissemina a narrativa de que essas populações não são tradicionais. Enfim, mudou-se o forro do sofá, mas a estrutura colonial continua a mesma!