Escolas normais rurais brasileiras: formação para professoras normalistas missioneiras (1952-1963)

Analisamos a dinâmica institucional das escolas normais no Brasil entre os anos de 1952-1963, particularmente a partir de a Campanha Nacional de Educação Rural – CNER, discutindo algumas referências internacionais que influenciaram sua organização. Para alcançar este objetivo consultamos as Revistas da CNER que foram publicadas entre 1954-1962, o que nos permitiu evidenciar modelos organizativos dessas escolas. Constatamos que ao longo de seu processo histórico, as escolas normais rurais brasileiras foram motivadas por ideais educacionais que se fundamentava, de um lado, nas missões culturais mexicanas, de outro nas determinações americanas, cujos financiamentos provenientes traziam o imperativo de mudança e transformação das culturas campesinas. Desse modo, propostas para o modelo de escola normal rural se moldavam fortemente segundo interesses estrangeiros e capitalistas, marcados pela vertente pragmática norte-americana. A partir de nossas análises podemos identificar o avanço de uma educação rural distanciada de um sistema nacional de educação pública e popular na qual a formação docente foi desenvolvida segundo interesses e uma institucionalidade própria para atender, não as exigências de um projeto educativo nacional, mas tomando e incorporando referentes e experiências pedagógicas oriundas de outros países, com intuitos outros que não a educação para autonomia da educação no meio rural.