Soraya Souza, Ana Archangelo, Lilian Cardoso de Mendonça
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(Des)interesse por escutar histórias: a fragmentação dos nexos de significação e a importância do contador
Este trabalho tem como objetivo discutir o desinteresse de algumas crianças em escutar histórias, evidenciado em atividades de “contação de histórias”, desenvolvidas em uma escola municipal de Campinas – SP como parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – Pibid/CAPES. Na análise de registros feitos pelos pesquisadores ao longo do desenvolvimento do projeto constata-se a ausência de nexos de significação entre a magia do contador e as histórias na vida das crianças. Em diálogo com a filosofia de Walter Benjamin e alguns conceitos da psicanálise, a reflexão problematiza a forma como a criança se relaciona com a atividade de contar e escutar histórias na contemporaneidade. Tudo indica que contar histórias é mais uma das artes em via de extinção, pois faz falar um passado sem memórias, de um sujeito de histórias fragmentadas, multifacetado, que muitas vezes se manifesta apenas através dos traços daquilo que resta de uma experiência coletiva e/ou individual. A partir do conceito de transferência, conclui-se que o impacto da contação se apresenta proporcionalmente à intensidade da relação transferencial entre as crianças e o contador, na qual possa comparecer a escuta, atitude em que o contador e a criança necessitam silenciar para elaborar os conteúdos psíquicos. Apenas quando a escuta e o silêncio são possíveis, o interesse pela história aparece e se converte em momento de construção da narrativa e do narrador no espaço escolar.