Avaliação da percepção e moralidade de universitários diante dos fenômenos “cães abandonados” e “acumuladores de animais”

O ensino superior deve oferecer aos universitários oportunidades de se tornarem agentes morais, cujos parâmetros decisórios devem ser balizados por princípios éticos, caso contrário os atores sem poder de decisão, denominados de pacientes morais, podem se tornar vulneráveis. O objetivo da pesquisa foi levantar a linha de base dos fenômenos “cães abandonados” e “acumuladores de animais” em mídias populares (Estudo I) e avaliar a percepção dessa temática e nível de moralidade de universitários (Estudo II). Realizou-se uma pesquisa quali-quantitativa transversal por meio de análise do conteúdo veiculado nas mídias digitais e da participação em questionário. Os principais resultados do Estudo I, refletiram o padrão imediatista contemporâneo de enfrentamento de problemas complexos utilizando-se de procedimentos paliativos, nos quais é enaltecido o problema e não os valores e crenças do agente moral. No Estudo II, a maioria dos 160 respondentes possui cães de estimação e percebem os animais errantes, porém suas argumentações ainda refletem os estágios iniciais do desenvolvimento moral, tendendo para o senso comum e refletindo mais o teor das notícias, ao invés de representarem reflexões amadurecidas. Conclui-se que o entendimento da necessidade do bem-estar dos animais e das pessoas, não foi permeado pela compreensão de valores e princípios éticos, mas, todavia, são expressões de suas emoções evidenciando a não internalização dos princípios éticos, sendo os atos julgados pelas consequências, demandando a intervenção de programas educativos.