Mãe Rita como símbolo de poder sócio-religioso a partir de seus axós e ilequês

Quando se pesquisa no dicionário Aurélio2 o significado da palavra indumentária, consta que se refere a “arte ou a história do vestuário” ou como consta do Aulete Digital, são “as vestimentas de dada época, classe, povo etc.” Cidreira e Ribeiro3 reforçam isso nos ajudam a pensar os significados e importância das vestimentas: “as roupas e seus usos dão conta de uma construção sociocultural e simbólica, que incorpora um conjunto de práticas, hábitos, habilidades, estilos etc., variáveis no tempo”. Neste sentido, esta pesquisa4 visa analisar a indumentária afro-brasileira feminina e religiosa com seus adornos, a partir da imagem fotográfica em que Mãe Rita foi retratada pelo fotógrafo ítalo-brasileiro Virgílio Calegari (1868–1937)5 e que faz parte do acervo da Fototeca Sioma Breitman no Museu de Porto Alegre Joaquim José Felizardo. Dentro do campo da História que estuda a indumentária, há registros que desde a civilização egípcia antiga — que se desenvolveu às margens do rio Nilo — já se fazia uso dos adornos: “eram comuns brincos, braceletes, colares. Para os mais nobres, o colar peitoral era muito usado, feito com pedras, metais preciosos e conta de vidro coloridas6”. Desta forma, este trabalho irá demonstrar a necessidade de pensar na importância histórica e no valor simbólico da vestimenta afro-brasileira feminina com seus adornos no contexto social brasileiro e como estes objetos e vestimenta se tornam norteadores importantes para a leitura da imagem fotográfica e consequente atributo de significação dessas mulheres. Neste sentido, Calanca7 afirma que a indumentária é muito importante como objeto de pesquisa: