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As controvérsias a respeito do destino dos Romanov nos Urais começaram imediatamente após a divulgação da execução de Nicolau II. Em 23 de julho de 1918, os próprios bolcheviques, parte deles ao menos, noticiaram a morte do tzar no jornal Ouralski Rabotchi, no referido periódico o texto era claro ao dizer que o ex-soberano foi morto, sendo a esposa e os filhos levados para local seguro. Porém, em um documento atribuído a Trotski, Comissário da Guerra, este teria questionado Iankel Sverdlov sobre a família Romanov e foi informado de que todos estavam mortos. Porém, outros dirigentes bolcheviques negaram a execução coletiva. A “guerra” de informações a respeito da execução do tzar e da família continuou, mesmo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com a eclosão da guerra civil entre Vermelhos e Brancos, a questão ganhou novos capítulos. 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摘要
马克·费罗(Marc Ferro)的书《罗曼诺夫悲剧的真相》(the truth about Romanov’s tragation)的书名本身就具有挑衅性。在历史上,在最初的几年里,人们了解到“真理”并不以纯粹的状态存在,也就是说,它是一系列条件的结果,这些条件可以根据研究者的“镜头”的处理而变化。在历史研究中,“真理”总是从一组来源对某事作出判断。在马克的铁壶更突出如果考虑到几十年如果你相信或者怀疑,沙皇尼古拉斯二世的家人,会被处死的布尔什维克党突然出现的可能性,一些成员的家中。据报道,俄罗斯沙皇的女儿奥尔加(22岁)、塔蒂亚娜(21岁)、玛丽亚(19岁)和阿纳斯塔西娅(17岁)在1918年7月免于行刑。在尼古拉二世被处决的消息传出后,关于罗曼诺夫家族在乌拉尔地区命运的争议立即开始。1918年7月23日,布尔什维克自己,至少其中一些人,在《乌拉尔斯基·拉博奇报》上报道了沙皇的死亡,该报纸明确指出,这位前君主被杀,他的妻子和孩子被带到安全的地方。然而,在一份被认为是托洛茨基的文件中,他询问了斯verdlov关于罗曼诺夫家族的情况,并被告知他们都死了。但其他布尔什维克领导人否认集体处决。即使在第一次世界大战(1914-1918)结束后,关于处决沙皇及其家人的“信息战”仍在继续。随着红白内战的爆发,这个问题又有了新的篇章。布尔什维克否认集体枪击,而
O livro de Marc Ferro, A verdade sobre a tragédia dos Romanov, já é provocativo pelo título. Em História, nos anos iniciais de formação, se aprende que a “verdade” não existe em estado puro, ou seja, ela é fruto de uma série de condicionantes que podem variar conforme a “lente” do pesquisador é manejada. A “verdade”, na pesquisa histórica, é sempre um juízo de algo a partir de um conjunto de fontes. No caso da obra de Marc Ferro, o termo ganha mais destaque se levarmos em conta que durante décadas se acreditou ou se divulgou, que toda a família do tzar Nicolau II, teria sido executada pelos bolcheviques e, de repente, surge a possibilidade de alguns de seus membros terem sido poupados. As filhas do tzar russo, Olga (22 anos), Tatiana (21 anos), Maria (19 anos) e Anastasia (17 anos), teriam sido poupadas do fuzilamento em julho de 1918. As controvérsias a respeito do destino dos Romanov nos Urais começaram imediatamente após a divulgação da execução de Nicolau II. Em 23 de julho de 1918, os próprios bolcheviques, parte deles ao menos, noticiaram a morte do tzar no jornal Ouralski Rabotchi, no referido periódico o texto era claro ao dizer que o ex-soberano foi morto, sendo a esposa e os filhos levados para local seguro. Porém, em um documento atribuído a Trotski, Comissário da Guerra, este teria questionado Iankel Sverdlov sobre a família Romanov e foi informado de que todos estavam mortos. Porém, outros dirigentes bolcheviques negaram a execução coletiva. A “guerra” de informações a respeito da execução do tzar e da família continuou, mesmo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com a eclosão da guerra civil entre Vermelhos e Brancos, a questão ganhou novos capítulos. Os bolcheviques negavam o fuzilamento coletivo, enquanto os