B. Santos, Elaine França Holanda Garcia, L. G. O. Silva
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Em Paulo Freire, a concepção de diálogo aparece não só como um encontro de dois sujeitos que buscam o significado das coisas - o saber – mas, também, como um encontro que se realiza na práxis – ação-reflexão, no engajamento, no compromisso com a transformação social. E partir daí, conceber o diálogo como uma estratégia fundamentada na outreidade enquanto fundamento da justiça e da ética ou, dito de outra maneira, como fundamento ético reconhecendo-o como princípio-fundamento da própria Filosofia, entendida a partir da responsabilidade fraterna face a face, ou seja, a capacidade de realização da justiça e da humanidade fraternal. O diálogo propicia o encontro do Mesmo com o Outro no qual o Mesmo não se reduz ao Outro, à mesmidade, mas, ao contrário, ouve sua fala, diz sua fala. Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há o amor que a infunda, assevera Freire. 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DIÁLOGO ENTRE FREIRE E LÉVINAS COMO ESTRATÉGIA DE RESPONSABILIDADE E RESPEITO AO OUTRO NA EDUCAÇÃO
O artigo objetiva analisar, no campo da filosofia e da educação, o diálogo como uma estratégia de responsabilidade e respeito ao saber do outro, docentes e discentes. Para fundamentar a discussão, recorreu-se às contribuições filosóficas de Emmanuel Lévinas, nas obras em que a palavra pode ser entendida como a origem da significação dos instrumentos das obras humanas, porque, é mediante a origem da significação que o sistema de reenvio reduz toda significação que recebe o princípio do seu fundamento, a sua chave, que nos aproxima da obra do filósofo e educador Paulo Freire e das contribuições ao campo da educação. Em Paulo Freire, a concepção de diálogo aparece não só como um encontro de dois sujeitos que buscam o significado das coisas - o saber – mas, também, como um encontro que se realiza na práxis – ação-reflexão, no engajamento, no compromisso com a transformação social. E partir daí, conceber o diálogo como uma estratégia fundamentada na outreidade enquanto fundamento da justiça e da ética ou, dito de outra maneira, como fundamento ético reconhecendo-o como princípio-fundamento da própria Filosofia, entendida a partir da responsabilidade fraterna face a face, ou seja, a capacidade de realização da justiça e da humanidade fraternal. O diálogo propicia o encontro do Mesmo com o Outro no qual o Mesmo não se reduz ao Outro, à mesmidade, mas, ao contrário, ouve sua fala, diz sua fala. Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação, se não há o amor que a infunda, assevera Freire. Sendo fundamento do diálogo, o amor ao Outro é diálogo consigo, com o outro e com o mundo.