{"title":"Etnografia e tempo nos estudos educacionais","authors":"Luiz Alberto Alves Couceiro, Rodrigo Rosistolato","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e82327","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"\n\n\nO debate sobre etnografia em estudos educacionais no Brasil é bifurcado. Há uma argumentação preponderante, principalmente no campo educacional, sobre a impossibilidade de realização de estudos etnográficos em educação. Haveria, nessa linha argumentativa, apenas estudos do “tipo etnográfico” ou de “inspiração etnográfica”. Em oposição, há estudos etnográficos sobre escolas e sistemas educacionais, que argumentam em via diametralmente oposta, não apenas justificando a legitimidade dos estudos etnográficos em educação, mas principalmente realizando-os. Nesse embate, um conceito ganha o cenário e induz um conjunto de discussões em ambas as vias da bifurcação. Trata-se do tempo. Apresentaremos as perspectivas de ambas as correntes analíticas sobre o tempo nos estudos etnográficos, e argumentaremos que o tempo extrapola seus elementos cronológicos quando pensado em uma etnografia, o que necessariamente torna a justificativa da falta de tempo para a realização de etnografias em estudos educacionais um falso dilema. \n\n\n","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"40 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ilha Revista de Antropologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e82327","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O debate sobre etnografia em estudos educacionais no Brasil é bifurcado. Há uma argumentação preponderante, principalmente no campo educacional, sobre a impossibilidade de realização de estudos etnográficos em educação. Haveria, nessa linha argumentativa, apenas estudos do “tipo etnográfico” ou de “inspiração etnográfica”. Em oposição, há estudos etnográficos sobre escolas e sistemas educacionais, que argumentam em via diametralmente oposta, não apenas justificando a legitimidade dos estudos etnográficos em educação, mas principalmente realizando-os. Nesse embate, um conceito ganha o cenário e induz um conjunto de discussões em ambas as vias da bifurcação. Trata-se do tempo. Apresentaremos as perspectivas de ambas as correntes analíticas sobre o tempo nos estudos etnográficos, e argumentaremos que o tempo extrapola seus elementos cronológicos quando pensado em uma etnografia, o que necessariamente torna a justificativa da falta de tempo para a realização de etnografias em estudos educacionais um falso dilema.