A SINGULARIDADE DA FUGA DO OLHAR DE DANIELA: A REPRESENTAÇÃO DO REAL NA LENTE DO DOCUMENTARISTA COUTINHO?

O objetivo do artigo é verificar, por meio da análise de um episódio, se um documentário pode transmitir uma ideia da representação do real, para o que se utiliza de estudo de caso. Como resultado, sugere-se que o encontro documental provoca efeitos no espectador a partir da interação entre o diretor (registrada pela câmara) e uma pessoa qualquer. Por meio da leitura e análise semiótica do episódio de Daniela frente ao diretor Eduardo Coutinho (e a câmara) no filme Edifício Master, evidenciam-se singularidades que podem ser relacionadas ao real. O encontro documental nos mostra algo da imensa singularidade que é o Outro, portanto pode ser considerado uma fonte para esse conhecimento parcial e falível produzido pela representação documentária, que é muito precioso ao nos desvendar algo sobre o mistério da alteridade e indicar algo que, através do signo interpretante, pode ter efeito “balsâmico” e ser considerado analiticamente como um exemplo de “index appeal” e, em termos peirceanos, de “haecceidade”.