T. A. Ferreira, Ester Sapuppo Rodrigues, Rafaela Alves Justino, Isabela Polo Martines, Leandro Nobeschi
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Objetivo: Revisar a literatura sobre ansiedade e depressão desenvolvidas por pacientes com COVID-19, correlacionando-as com as alterações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos científicos. Foram analisados os estudos publicados originalmente na língua portuguesa, entre março de 2020 até março de 2021 tendo como referência as bases de dados Scielo. Os desfechos selecionados foram: aumento de transtornos como ansiedade e depressão em pacientes com COVID-19 e alterações neurológicas causadas pelos transtornos. Resultados e discussão: Existem diversas hipóteses neurobiológicas para o desenvolvimento da depressão. No que diz respeito ao vírus SARS-COV-2, chama atenção a hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Em grande parte dos pacientes depressivos, o eixo HHA é encontrado hiperativo. Durante a infecção do vírus, ocorre a ativação de inúmeras células do sistema imune, e consequentemente liberação de muitas citocinas pró-inflamatórias. Essas citocinas agem diretamente no eixo HHA, estimulando-o. Além disso, fatores externos como o estresse causado pela pandemia, quarentena e distanciamento social culminam ainda mais para a hiperativação do eixo neuroendócrino e desenvolvimento da depressão e ansiedade. Cerca de 43,5% dos brasileiros relataram início de problemas de sono e outros 48,0% problema de sono preexistente agravado. Os estressores identificados são veiculação de fake news, notícias alarmantes e excesso de tempo dedicado às notícias sobre a pandemia, além de falta de alimentos, recursos financeiros e de medicação para outras doenças. Entre os adultos jovens, a necessidade de permanecer on-line, a utilização de ambiente virtual para estudo/trabalho, podem contribuir para o maior abalo à saúde emocional neste grupo. Conclusão: Esta revisão confirma que o número de pessoas infectadas com COVID-19 que desenvolveram transtornos mentais aumentou durante o período da pandemia, em virtude de distúrbios neuro, imuno e endocrinológico. Palavras-chave: COVID-19; saúde mental; eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.","PeriodicalId":374989,"journal":{"name":"Anais do Congresso Médico Acadêmico da Universidade Nove de Julho","volume":"62 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"DEPRESSÃO, ANSIEDADE, DISTÚRBIOS DO SONO E SUAS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19\",\"authors\":\"T. A. 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DEPRESSÃO, ANSIEDADE, DISTÚRBIOS DO SONO E SUAS ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19
Introdução: Evidências relataram que há uma relação entre o isolamento social induzido pela pandemia provocada pelo COVID-19 e o aumento no número de casos de ansiedade, depressão e problemas do sono, com prevalência maior no sexo feminino e em adultos jovens. Tal relação é bastante preocupante, já que os transtornos mentais tendem a piorar e auxiliar os fatores de risco para doenças crônicas e virais. Outro aspecto a ser ressaltado é a dificuldade que o processo de luto traz a essas condições, uma vez que despedir-se de parentes, amigos ou conhecidos que faleceram por COVID-19 não é possível, exacerba o quadro da tristeza excessiva. A depressão, ansiedade e problemas no sono são manifestações perceptíveis, e notáveis pelos pacientes acometidos. Objetivo: Revisar a literatura sobre ansiedade e depressão desenvolvidas por pacientes com COVID-19, correlacionando-as com as alterações do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos científicos. Foram analisados os estudos publicados originalmente na língua portuguesa, entre março de 2020 até março de 2021 tendo como referência as bases de dados Scielo. Os desfechos selecionados foram: aumento de transtornos como ansiedade e depressão em pacientes com COVID-19 e alterações neurológicas causadas pelos transtornos. Resultados e discussão: Existem diversas hipóteses neurobiológicas para o desenvolvimento da depressão. No que diz respeito ao vírus SARS-COV-2, chama atenção a hiperativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Em grande parte dos pacientes depressivos, o eixo HHA é encontrado hiperativo. Durante a infecção do vírus, ocorre a ativação de inúmeras células do sistema imune, e consequentemente liberação de muitas citocinas pró-inflamatórias. Essas citocinas agem diretamente no eixo HHA, estimulando-o. Além disso, fatores externos como o estresse causado pela pandemia, quarentena e distanciamento social culminam ainda mais para a hiperativação do eixo neuroendócrino e desenvolvimento da depressão e ansiedade. Cerca de 43,5% dos brasileiros relataram início de problemas de sono e outros 48,0% problema de sono preexistente agravado. Os estressores identificados são veiculação de fake news, notícias alarmantes e excesso de tempo dedicado às notícias sobre a pandemia, além de falta de alimentos, recursos financeiros e de medicação para outras doenças. Entre os adultos jovens, a necessidade de permanecer on-line, a utilização de ambiente virtual para estudo/trabalho, podem contribuir para o maior abalo à saúde emocional neste grupo. Conclusão: Esta revisão confirma que o número de pessoas infectadas com COVID-19 que desenvolveram transtornos mentais aumentou durante o período da pandemia, em virtude de distúrbios neuro, imuno e endocrinológico. Palavras-chave: COVID-19; saúde mental; eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.