联邦学院的工作、教学和自主权

P. F. Silva
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As pesquisas bibliográfica, documental e de campo associadas à leitura e análise imanente foram os procedimentos utilizados. Com esses procedimentos buscou-se estabelecer interlocução com o funcionamento da sociedade capitalista e com as determinações históricas da produção e reprodução da vida. Além disso, foram realizadas entrevistas com um grupo de dez docentes em exercício na particularidade estudada. Propôs-se esse percurso teórico-metodológico com a intenção de, não apenas revelar, mas também compreender e alcançar a essência das mensagens transmitidas e da realidade objetiva e subjetiva. A pesquisa teve como principal referencial teórico os textos de Karl Marx, mas também foram estabelecidos diálogos com outras referências, marxistas ou não. Partiu-se da compreensão de que Trabalho é a categoria central na produção da vida e da sociabilidade humana e autonomia uma manifestação moldada pela forma como o Trabalho é objetivado. Reconhece-se, ainda, que o capitalismo impõe mudanças ao Trabalho motivadas, especialmente, pela ampliação da exploração da força de trabalho. Esse modo de produção deforma a natureza humana porque faz com que o indivíduo deixe de produzir voluntariamente e faça isso porque precisa garantir subsistência. Essa forma coisificada, desumanizada, alienada/estranhada é salvaguardada pelo Estado e todo o seu aparato. O direito burguês é um deles. Verificou-se na realidade estudada que a configuração dada ao Trabalho impõe também transformações ao conjunto de atividades docentes, nos meios e processos do trabalho, nas condições e no produto do trabalho. Constatou-se que a autonomia tem sido propagada pela classe dominante por meio de ideologias, políticas, legislações, diretrizes e normas como uma forma de sociabilidade que fragiliza o estabelecimento de relações de reciprocidade e de solidariedade social e facilita o atendimento das necessidades do capital. Por outro lado, como resposta às condições a que estão submetidos, a autonomia é reivindicada e/ou tomada pelos docentes que, motivados pela necessidade de tomar consciência de sua existência pessoal e social, criam situações corporificadas em adesão e/ou resistência à realidade dada. A maioria das formas de resistência é travada no terreno do direito, onde há limites jurídicos bem demarcados. No entanto, trazem, em alguma medida, tensões às ações capitalistas e podem favorecer a compreensão do mecanismo de exploração do sistema capitalista e o fortalecimento da luta contra ele. À revelia da condição de alienação/estranhamento do trabalho, os entrevistados encontram em algumas atividades, em especial nas de ensino, espaços afastados dos “olhos vigilantes do controle estatal”, para fazerem uso da capacidade criativa e usufruírem da dimensão formativa e constitutiva inerente às suas atividades. Tais constatações evidenciam a necessidade de dar às pessoas o direito de ser humano, de ser gente. Para tanto, defende-se que o Trabalho assuma sempre formas livres, criativas e movidas pelas necessidades humanas em lugar de servir ao capital. Defende-se, em última instância, o fim do capitalismo e a edificação de uma sociedade governada pelos trabalhadores.","PeriodicalId":264937,"journal":{"name":"Trabalho & Educação","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"TRABALHO, DOCÊNCIA E AUTONOMIA NOS INSTITUTOS FEDERAIS\",\"authors\":\"P. F. 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Com esses procedimentos buscou-se estabelecer interlocução com o funcionamento da sociedade capitalista e com as determinações históricas da produção e reprodução da vida. Além disso, foram realizadas entrevistas com um grupo de dez docentes em exercício na particularidade estudada. Propôs-se esse percurso teórico-metodológico com a intenção de, não apenas revelar, mas também compreender e alcançar a essência das mensagens transmitidas e da realidade objetiva e subjetiva. A pesquisa teve como principal referencial teórico os textos de Karl Marx, mas também foram estabelecidos diálogos com outras referências, marxistas ou não. Partiu-se da compreensão de que Trabalho é a categoria central na produção da vida e da sociabilidade humana e autonomia uma manifestação moldada pela forma como o Trabalho é objetivado. Reconhece-se, ainda, que o capitalismo impõe mudanças ao Trabalho motivadas, especialmente, pela ampliação da exploração da força de trabalho. Esse modo de produção deforma a natureza humana porque faz com que o indivíduo deixe de produzir voluntariamente e faça isso porque precisa garantir subsistência. Essa forma coisificada, desumanizada, alienada/estranhada é salvaguardada pelo Estado e todo o seu aparato. O direito burguês é um deles. Verificou-se na realidade estudada que a configuração dada ao Trabalho impõe também transformações ao conjunto de atividades docentes, nos meios e processos do trabalho, nas condições e no produto do trabalho. Constatou-se que a autonomia tem sido propagada pela classe dominante por meio de ideologias, políticas, legislações, diretrizes e normas como uma forma de sociabilidade que fragiliza o estabelecimento de relações de reciprocidade e de solidariedade social e facilita o atendimento das necessidades do capital. Por outro lado, como resposta às condições a que estão submetidos, a autonomia é reivindicada e/ou tomada pelos docentes que, motivados pela necessidade de tomar consciência de sua existência pessoal e social, criam situações corporificadas em adesão e/ou resistência à realidade dada. A maioria das formas de resistência é travada no terreno do direito, onde há limites jurídicos bem demarcados. No entanto, trazem, em alguma medida, tensões às ações capitalistas e podem favorecer a compreensão do mecanismo de exploração do sistema capitalista e o fortalecimento da luta contra ele. À revelia da condição de alienação/estranhamento do trabalho, os entrevistados encontram em algumas atividades, em especial nas de ensino, espaços afastados dos “olhos vigilantes do controle estatal”, para fazerem uso da capacidade criativa e usufruírem da dimensão formativa e constitutiva inerente às suas atividades. 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摘要

本文介绍了题为“联邦学院的工作、教学和自治:来自IFNMG研究的现实可能性”的论文的结果,旨在分析联邦学院的教学和自治设置。在选择教学自主性作为研究对象时,我们试图确定围绕“自主性”一词的广泛概念及其与现有社交形式的关系。因此,这是一项调查,考虑到活动的条件,调查了北米纳斯吉拉斯联邦学院(IFNMG)萨利纳斯校园教师感知和表现的自治的程度、形式和内容。与阅读和内在分析相关的文献、文献和实地研究是使用的程序。通过这些程序,我们试图与资本主义社会的运作和生命生产和再生产的历史决定建立对话。此外,还对10名教师进行了访谈。提出这一理论和方法路径的目的不仅是揭示,而且是理解和实现所传递信息的本质和客观和主观现实。该研究的主要理论框架是卡尔·马克思的文本,但也建立了与其他参考文献的对话,无论是否马克思主义。它始于这样一种理解,即工作是生活生产的中心范畴,人类的社会性和自主性是由工作的客观化方式所塑造的表现形式。人们还认识到,资本主义对工作施加的变化,主要是由于对劳动力的剥削扩大。这种生产方式扭曲了人性,因为它使个人自愿停止生产,而他这样做是因为他需要确保生存。这种物化的、非人化的、异化的形式受到国家及其整个机器的保护。资产阶级法就是其中之一。在研究的现实中发现,工作的配置也迫使整个教学活动、工作的手段和过程、工作的条件和产品发生变化。研究发现,自治是由统治阶级通过意识形态、政策、立法、指导方针和规范传播的,是一种社交形式,削弱了互惠关系和社会团结的建立,促进了资本需求的满足。另一方面,他们条件的主题都声称拥有的自主权和/或由教师,主动地意识到的需求存在的个人和社会,创造条件corporificadas在入世和/或抵抗现实。大多数形式的抵抗都发生在法律领域,那里有明确的法律界限。然而,它们在一定程度上给资本主义行动带来了紧张,可能有助于理解资本主义制度的剥削机制,并加强反对资本主义制度的斗争。在工作疏远/疏远的情况下,受访者发现在一些活动中,特别是在教学中,远离“国家控制的警惕的眼睛”的空间,利用他们的创造力,享受其活动固有的形成和构成维度。这些发现表明,有必要赋予人们成为人的权利,成为人的权利。因此,有人认为,工作总是采取自由的、创造性的、由人类需求驱动的形式,而不是服务于资本。最终,它主张终结资本主义,建立一个工人统治的社会。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
TRABALHO, DOCÊNCIA E AUTONOMIA NOS INSTITUTOS FEDERAIS
O texto apresenta os resultados da tese intitulada “Trabalho, docência e autonomia nos institutos federais: as possibilidades da realidade a partir de um estudo no IFNMG”, que teve como objetivo analisar as configurações do trabalho docente e da autonomia nos institutos federais. Ao se eleger a autonomia no trabalho docente como objeto de estudo buscou-se identificar as concepções difundidas em torno do termo “autonomia” e da relação destas com a forma de sociabilidade existente. Assim sendo, tratou-se de uma investigação que, considerando as condições para o exercício das atividades, investigou o grau, a forma e o conteúdo da autonomia percebida e manifestada por docentes do Campus Salinas do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). As pesquisas bibliográfica, documental e de campo associadas à leitura e análise imanente foram os procedimentos utilizados. Com esses procedimentos buscou-se estabelecer interlocução com o funcionamento da sociedade capitalista e com as determinações históricas da produção e reprodução da vida. Além disso, foram realizadas entrevistas com um grupo de dez docentes em exercício na particularidade estudada. Propôs-se esse percurso teórico-metodológico com a intenção de, não apenas revelar, mas também compreender e alcançar a essência das mensagens transmitidas e da realidade objetiva e subjetiva. A pesquisa teve como principal referencial teórico os textos de Karl Marx, mas também foram estabelecidos diálogos com outras referências, marxistas ou não. Partiu-se da compreensão de que Trabalho é a categoria central na produção da vida e da sociabilidade humana e autonomia uma manifestação moldada pela forma como o Trabalho é objetivado. Reconhece-se, ainda, que o capitalismo impõe mudanças ao Trabalho motivadas, especialmente, pela ampliação da exploração da força de trabalho. Esse modo de produção deforma a natureza humana porque faz com que o indivíduo deixe de produzir voluntariamente e faça isso porque precisa garantir subsistência. Essa forma coisificada, desumanizada, alienada/estranhada é salvaguardada pelo Estado e todo o seu aparato. O direito burguês é um deles. Verificou-se na realidade estudada que a configuração dada ao Trabalho impõe também transformações ao conjunto de atividades docentes, nos meios e processos do trabalho, nas condições e no produto do trabalho. Constatou-se que a autonomia tem sido propagada pela classe dominante por meio de ideologias, políticas, legislações, diretrizes e normas como uma forma de sociabilidade que fragiliza o estabelecimento de relações de reciprocidade e de solidariedade social e facilita o atendimento das necessidades do capital. Por outro lado, como resposta às condições a que estão submetidos, a autonomia é reivindicada e/ou tomada pelos docentes que, motivados pela necessidade de tomar consciência de sua existência pessoal e social, criam situações corporificadas em adesão e/ou resistência à realidade dada. A maioria das formas de resistência é travada no terreno do direito, onde há limites jurídicos bem demarcados. No entanto, trazem, em alguma medida, tensões às ações capitalistas e podem favorecer a compreensão do mecanismo de exploração do sistema capitalista e o fortalecimento da luta contra ele. À revelia da condição de alienação/estranhamento do trabalho, os entrevistados encontram em algumas atividades, em especial nas de ensino, espaços afastados dos “olhos vigilantes do controle estatal”, para fazerem uso da capacidade criativa e usufruírem da dimensão formativa e constitutiva inerente às suas atividades. Tais constatações evidenciam a necessidade de dar às pessoas o direito de ser humano, de ser gente. Para tanto, defende-se que o Trabalho assuma sempre formas livres, criativas e movidas pelas necessidades humanas em lugar de servir ao capital. Defende-se, em última instância, o fim do capitalismo e a edificação de uma sociedade governada pelos trabalhadores.
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