{"title":"60年代葡萄牙旅游海报的设计:政治策略和视觉话语","authors":"H. Barbosa","doi":"10.5354/0719-837x.2022.68288","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"\n\n\nComo sucede em qualquer país, o turismo representa uma fonte de riqueza, não só do ponto de vista cultural, mas também comercial. No contexto português, a divulgação desta atividade fazia-se em diversos média, sendo que na década de 60, o cartaz ainda era considerado como o meio de eleição para comunicar oque melhor se tinha para oferecer turisticamente. Nesse sentido, e para uma compreensão mais aprofundada da sua dimensão cultural e comercial, colocaram-se as seguintes questões: Quais as estratégias para a criação da(s) imagem(s) turísticas sobre Portugal? Que retóricas visuais promoveram o país, nacional e internacionalmente? Para dar resposta a essas perguntas, o artigo apresenta um conjunto de três dezenas de cartazes, que ilustram as intenções do Estado Novo (1933-1974) na promoção do país, assim como se analisam estes artefactos através das decisões autorais na construção de narrativas visuais que, na época, se coadunavam com o programa delineado pelo poder político vigente. Paralelamente, estabelece-se uma relação com as tecnologias utilizadas na construção de uma iconografia (desenho e fotografia) e ainda com as tecnologias de impressão, assim como, se tem atenção ao número de exemplares impressos de cada cartaz, com o intuito de conhecer a representatividade dos mesmos junto da esfera pública. Para além das abordagens apresentadas, o artigo centra-se nas ‘imagens silenciosas’ presentes nos cartazes, estabelecendo ligações com a dimensão prática do Design, procurando revelar narrativas centradas na visualidade comunicacional deste período, cujas retóricas comunicacionais se mesclavam entre a nostalgia e uma suposta modernidade. Consequentemente, pretende-se contribuir para adensar o conhecimento sobre a produção cartazista portuguesa, ao nível do Design e da sua história, que por sua vez ‘personificam’ e ‘traduzem’ a cultura visual de uma época, funcionando igualmente como catalisadores e cristalizadores de uma memória ativa.\n\n\n","PeriodicalId":443705,"journal":{"name":"RChD: creación y pensamiento","volume":"55 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"O Design de cartazes turísticos portugueses dos anos 60: estratégias políticas e discursos visuais\",\"authors\":\"H. Barbosa\",\"doi\":\"10.5354/0719-837x.2022.68288\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"\\n\\n\\nComo sucede em qualquer país, o turismo representa uma fonte de riqueza, não só do ponto de vista cultural, mas também comercial. No contexto português, a divulgação desta atividade fazia-se em diversos média, sendo que na década de 60, o cartaz ainda era considerado como o meio de eleição para comunicar oque melhor se tinha para oferecer turisticamente. Nesse sentido, e para uma compreensão mais aprofundada da sua dimensão cultural e comercial, colocaram-se as seguintes questões: Quais as estratégias para a criação da(s) imagem(s) turísticas sobre Portugal? Que retóricas visuais promoveram o país, nacional e internacionalmente? Para dar resposta a essas perguntas, o artigo apresenta um conjunto de três dezenas de cartazes, que ilustram as intenções do Estado Novo (1933-1974) na promoção do país, assim como se analisam estes artefactos através das decisões autorais na construção de narrativas visuais que, na época, se coadunavam com o programa delineado pelo poder político vigente. Paralelamente, estabelece-se uma relação com as tecnologias utilizadas na construção de uma iconografia (desenho e fotografia) e ainda com as tecnologias de impressão, assim como, se tem atenção ao número de exemplares impressos de cada cartaz, com o intuito de conhecer a representatividade dos mesmos junto da esfera pública. Para além das abordagens apresentadas, o artigo centra-se nas ‘imagens silenciosas’ presentes nos cartazes, estabelecendo ligações com a dimensão prática do Design, procurando revelar narrativas centradas na visualidade comunicacional deste período, cujas retóricas comunicacionais se mesclavam entre a nostalgia e uma suposta modernidade. Consequentemente, pretende-se contribuir para adensar o conhecimento sobre a produção cartazista portuguesa, ao nível do Design e da sua história, que por sua vez ‘personificam’ e ‘traduzem’ a cultura visual de uma época, funcionando igualmente como catalisadores e cristalizadores de uma memória ativa.\\n\\n\\n\",\"PeriodicalId\":443705,\"journal\":{\"name\":\"RChD: creación y pensamiento\",\"volume\":\"55 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-11-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"RChD: creación y pensamiento\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5354/0719-837x.2022.68288\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"RChD: creación y pensamiento","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5354/0719-837x.2022.68288","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O Design de cartazes turísticos portugueses dos anos 60: estratégias políticas e discursos visuais
Como sucede em qualquer país, o turismo representa uma fonte de riqueza, não só do ponto de vista cultural, mas também comercial. No contexto português, a divulgação desta atividade fazia-se em diversos média, sendo que na década de 60, o cartaz ainda era considerado como o meio de eleição para comunicar oque melhor se tinha para oferecer turisticamente. Nesse sentido, e para uma compreensão mais aprofundada da sua dimensão cultural e comercial, colocaram-se as seguintes questões: Quais as estratégias para a criação da(s) imagem(s) turísticas sobre Portugal? Que retóricas visuais promoveram o país, nacional e internacionalmente? Para dar resposta a essas perguntas, o artigo apresenta um conjunto de três dezenas de cartazes, que ilustram as intenções do Estado Novo (1933-1974) na promoção do país, assim como se analisam estes artefactos através das decisões autorais na construção de narrativas visuais que, na época, se coadunavam com o programa delineado pelo poder político vigente. Paralelamente, estabelece-se uma relação com as tecnologias utilizadas na construção de uma iconografia (desenho e fotografia) e ainda com as tecnologias de impressão, assim como, se tem atenção ao número de exemplares impressos de cada cartaz, com o intuito de conhecer a representatividade dos mesmos junto da esfera pública. Para além das abordagens apresentadas, o artigo centra-se nas ‘imagens silenciosas’ presentes nos cartazes, estabelecendo ligações com a dimensão prática do Design, procurando revelar narrativas centradas na visualidade comunicacional deste período, cujas retóricas comunicacionais se mesclavam entre a nostalgia e uma suposta modernidade. Consequentemente, pretende-se contribuir para adensar o conhecimento sobre a produção cartazista portuguesa, ao nível do Design e da sua história, que por sua vez ‘personificam’ e ‘traduzem’ a cultura visual de uma época, funcionando igualmente como catalisadores e cristalizadores de uma memória ativa.