“Então vamos aprender a brigar, tio?”

O presente trabalho teve como objetivo compreender o ponto de vista de crianças do 4o ano do ensino fundamental de uma escola pública de tempo integral na cidade de Porto Franco - MA, acerca das lutas. Participaram da pesquisa um total de 27 crianças, com faixa etária entre 9 e 10 anos. Do ponto de vista metodológico, trata-se de uma pesquisa de campo de caráter transversal e interventivo, dividida em duas etapas: 1) realização de uma roda de conversa e elaboração de desenhos temáticos, como forma de mapear compreensões introdutórias desses sujeitos em relação às lutas; 2) realização de um bloco de 6 (seis) intervenções com o conteúdo lutas na escola, a partir de jogos de oposição. A análise qualitativa dos registros de campo nos permitiu perceber que a compreensão inicial das crianças acerca das lutas, em larga medida, era composta por uma associação com condutas violentas, apreendidas no cotidiano, dentro e fora da escola, além do forte apelo midiático. Concluímos, a partir das intervenções, que a distorção na representação das lutas e a associação com a temática violência, antes apresentada pelas crianças, foi ressignificada após a vivência das atividades propostas.