{"title":"MPS计划中的功能失调系统模式","authors":"A. Santana, H. Moura","doi":"10.5753/sbqs.2007.15575","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"In SPI initiatives several factors resulted from involved actors’ actions and external factors interacts in a way that may cause non intentioned consequences that threat SPI initiatives. “System archetypes” are qualitative analysis tools that favor reflection and learning about problematic situations in a holistic view of a causal network of factors. This work uses that approach, based on qualitative research performed with professionals from several organizations in Recife, Brazil, about critical factors in SPI initiatives. Resumo. Em iniciativas de MPS, diversos fatores resultantes da ação dos atores bem como fatores externos interagem entre si podendo resultar em conseqüências não intencionadas que ameaçam o sucesso das iniciativas. “Arquétipos sistêmicos” são ferramentas de análise qualitativa que favorecem a reflexão e aprendizagem sobre situações problemáticas a partir de uma visão holística de uma rede causal de fatores. Este trabalho utiliza esta abordagem com base em uma pesquisa qualitativa realizada com profissionais de diversas empresas em Recife, Brasil, sobre fatores críticos em iniciativas de MPS. 1 Introdução Nos últimos 20 anos, com base em modelos normativos como CMMI [CMU/SEI, 2002] e, mais recentemente, no caso brasileiro, o MPS.Br [Weber e outros, 2005], cada vez mais empresas têm empreendido esforços significativos de melhoria de seus processos de software (MPS). Estas iniciativas costumam durar vários anos e consomem muitos recursos e energia das equipes envolvidas. Relatório do SEI (Software Engineering Institute) [CMU/SEI, 2006] relata que iniciativas deste tipo, quando bem sucedidas, têm um retorno médio bastante significativo da ordem de 4,7 unidades monetárias para cada unidade investida. Por outro lado, alguns autores chamam a atenção de que a maior parte destas iniciativas (cerca de dois terços) falha ou não evolui como esperado [Debou e Kuntzmann, 2000] [SEI, citado por Iversen, 2004]. Por traz das dificuldades encontradas há uma série de barreiras identificadas em diversas pesquisas publicadas na literatura mundial de MPS, envolvendo fatores críticos neste tipo de iniciativa [Niazi, Wilson e Zowghi, 2003] [Dyba, 2005 e 2002] [Baddoo e Hall, 2003 e 2002] [Rainer e Hall, 2000]. Todavia, trabalhos semelhantes não são facilmente encontrados na literatura brasileira de MPS, cujos trabalhos publicados têm privilegiado estudos de casos individuais 1 . Pode-se constatar ainda, que tanto a literatura mundial de MPS como a brasileira nesta área, têm privilegiado a análise detalhada individual dos fatores em detrimento da 1 Uma exceção encontrada a esta constatação é o relatório técnico de Rocha (2006). VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 172 análise de inter-relações sistêmicas entre eles. Por outro lado, desde os anos 1990 pesquisadores sociais e organizacionais têm dado crescente atenção à inter-relação sistêmica de fatores relevantes para as organizações, mercados e sociedade em geral 2 . Senge (2001), Sterman (2000), e Richardson (1991) são exemplos de autores que abordaram a perspectiva do pensamento sistêmico e dinâmica dos sistemas como ferramenta de aprendizagem sobre situações problemáticas. Pode-se observar que esta mesma perspectiva é aplicável a situações problemáticas encontradas em iniciativas de MPS, e pode se mostrar como um método relevante para compreensão e tratamento destes problemas. Este artigo busca explorar as lacunas mencionadas acima, aplicando princípios de pensamento sistêmico com uso de arquétipos sistêmicos [Senge, 2001, Capítulo 6] em fatores críticos de MPS levantados em uma pesquisa qualitativa realizada em Recife. A pesquisa foi realizada com entrevistas a profissionais desempenhando vários papéis (engenheiros da qualidade, consultores externos, diretor, gerentes de projetos e engenheiros de software) que estiveram envolvidos em iniciativas de MPS, em diversas empresas. 2 Fatores Críticos em MPS: uma Pesquisa Qualitativa de Campo A pesquisa envolveu entrevistas com 19 profissionais (amostra intencional, não aleatória) que estiveram participando em iniciativas relevantes de MPS em suas organizações, em diferentes papéis, conforme o Quadro 1. Quadro 1: Características dos entrevistados. Tipo de Profissional Descrição No de Entrevistados Profissionais de MPS Consultores em MPS, Engenheiros da Qualidade, SQAs e Gerentes da Qualidade. 7 Desenvolvedores de Software Gerentes de Projeto e Desenvolvedores em geral nos papéis de: Analista de Sistemas, Arquiteto de Software e Líder Técnico. 11 Diretor técnico Diretor técnico de empresa que atua na área de desenvolvimento de software. 1 Total de Entrevistados 19 Os entrevistados eram, em sua grande maioria, integrantes de empresas do cluster de empresas de TI conhecido como “Porto Digital”3, na cidade de Recife, Brasil. Eles referiram-se às suas experiências em cerca de dez empresas conforme o Quadro 2. Foi utilizado o método de entrevista com questões semi-estruturadas e abertas por possibilitar uma maior possibilidade de investigação em profundidade do contexto dos entrevistados [Richardson, 1999, Capítulo 13, Pág 208]. As entrevistas foram 2 O estudo da Dinâmica dos Sistemas remonta à década de 1960 com Forrester (1961) e publicações posteriores deste e outros autores, porém durante a década de 1990 este tema “popularizou-se” entre pesquisadores sociais e organizacionais como ferramenta de aprendizagem organizacional. 3 O Porto Digital é um agrupamento de empresas de TI localizado na cidade de Recife que conta com incentivos governamentais de infra-estrutura e fiscais visando o desenvolvimento deste setor econômico. VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 173 gravadas e posteriormente transcritas. O foco das entrevistas foi, principalmente, os aspectos facilitadores e barreiras para MPS encontrados na experiência dos entrevistados. Para tratamento dos dados, o método de análise do conteúdo utilizado sobre os relatos de entrevistas foi escolhido com base no argumento de Freitas e Janissek (2000, Pág. 37) de que um dos propósitos deste método é observar motivos de satisfação, insatisfação ou opiniões subentendidas e natureza dos problemas relatados pelos pesquisados. De acordo com estes mesmos autores, o método pressupõe que uma parte importante do comportamento, opiniões ou idéias de pessoas se exprime sob a forma verbal. De acordo com Perrien, Chérron e Zins citados por Freitas e Janissek (2000, Pág. 37), “a análise de conteúdo torna possível analisar as entrelinhas das opiniões das pessoas, não se restringindo unicamente às palavras expressas diretamente, mas também àquelas subentendidas no discurso”. A unidade básica utilizada para análise dos relatos foi o tema, aqui compreendido como uma asserção sobre um determinado assunto, podendo ser uma simples sentença (sujeito e predicado), um conjunto delas ou um parágrafo, conforme definido por Franco (2005, Pág. 39). Quadro 2: Características das empresas dos entrevistados. Emp. No de Funcs. Ramo de Negócio de Atuação da Empresa Certificações/ Avaliações já Obtidas Objetivo em termos de MPS A 100 – 500 Privado – desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). CMM-2 Avaliação CMMI B 50 – 100 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de software, desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). ISO 9001 Avaliação CMMI C > 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. CMM-2 Avaliação CMMI D 100 – 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. Avaliação CMMI E < 50 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de Software. MPS.Br Avaliação CMMI F 100 – 500 Privado – desenvolvimento de produto de software. ISO 9001 Certificação MPS.Br G > 500 Público – desenvolvimento de software para prestação de serviços para o Governo Federal. CMM-2 Avaliação CMMI H > 500 Público – serviços bancários. Melhoria simplesmente I < 50 Parceria Público/Privada – serviços de fomento à indústria de software / qualidade de software Não se aplica Apoio à MPS de terceiros J < 50 Privada – consultoria em processos de software. Não se aplica Apoio à MPS de terceiros No Quadro 3, que apresenta uma síntese temática dos resultados da pesquisa, se pode observar que no conjunto das entrevistas, a maioria dos temas foi pontuado ao mesmo tempo como facilitador e como barreira. Buscou-se, nestes casos, listar no quadro a descrição “positiva” do tema que deve ser entendida, na sua forma direta, como facilitador. Já a manifestação do tema como barreira deve ser entendida, na maioria das situações, como ausência, insuficiência ou ineficácia da descrição VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 174 “positiva” do tema. Por exemplo, o tema descrito como “Apoio/Comprometimento da Alta Administração”, quando considerado como fator facilitador, indica que os entrevistados relataram a ocorrência deste fator na sua experiência prática, como algo que pode ser entendido com conotação favorável ao sucesso da iniciativa. O mesmo tema, quando considerado como barreira, indica que os entrevistados relataram ausência, insuficiência ou ineficácia deste fator na sua experiência com MPS. Quadro 3: Síntese temática de fatores críticos em MPS. Fatores Críticos em MPS Facilitadores Barreiras freq % freq % Freq Total 1. Tempo e Recursos para MPS 10 52,6% 16 84,2% 26 2. Apoio e comprometimento da equipe de desenvolvimento 5 26,3% 14 73,7% 19 3. Apoio/Comprometimento da Alta Administração 9 47,4% 9 47,4% 18 4. Envolvimento da equipe de desenvolvimento 12 63,2% 5 26,3% 17 5. Conscientização/ entendimento dos benefícios e exigências de MPS 11 57,9% 6 31,6% 17 6. Postura da equipe de qualidade 7 36,8% 9 47,4% 16 7. Fatores motivacionais para MPS 6 31,6% 10 52,6% 16 8. MPS como obstáculo ao \"trabalho real\" 0 0,0% 16 84,2% 16 9. Treinamento e mentoria 12 63,2% 3 15,8% 15 10. Experiência e qualificação 6 31,6% 8 42,1% 14 11. Processo e infra-estrutura para compartilhar conhecimento 7 36,8% 6 31,6% 13 12. Atitude dos Clientes 5 26,3% 6","PeriodicalId":137125,"journal":{"name":"Brazilian Symposium on Software Quality","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Padrões Sistêmicos Disfuncionais em Iniciativas de MPS\",\"authors\":\"A. Santana, H. 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Em iniciativas de MPS, diversos fatores resultantes da ação dos atores bem como fatores externos interagem entre si podendo resultar em conseqüências não intencionadas que ameaçam o sucesso das iniciativas. “Arquétipos sistêmicos” são ferramentas de análise qualitativa que favorecem a reflexão e aprendizagem sobre situações problemáticas a partir de uma visão holística de uma rede causal de fatores. Este trabalho utiliza esta abordagem com base em uma pesquisa qualitativa realizada com profissionais de diversas empresas em Recife, Brasil, sobre fatores críticos em iniciativas de MPS. 1 Introdução Nos últimos 20 anos, com base em modelos normativos como CMMI [CMU/SEI, 2002] e, mais recentemente, no caso brasileiro, o MPS.Br [Weber e outros, 2005], cada vez mais empresas têm empreendido esforços significativos de melhoria de seus processos de software (MPS). Estas iniciativas costumam durar vários anos e consomem muitos recursos e energia das equipes envolvidas. Relatório do SEI (Software Engineering Institute) [CMU/SEI, 2006] relata que iniciativas deste tipo, quando bem sucedidas, têm um retorno médio bastante significativo da ordem de 4,7 unidades monetárias para cada unidade investida. Por outro lado, alguns autores chamam a atenção de que a maior parte destas iniciativas (cerca de dois terços) falha ou não evolui como esperado [Debou e Kuntzmann, 2000] [SEI, citado por Iversen, 2004]. Por traz das dificuldades encontradas há uma série de barreiras identificadas em diversas pesquisas publicadas na literatura mundial de MPS, envolvendo fatores críticos neste tipo de iniciativa [Niazi, Wilson e Zowghi, 2003] [Dyba, 2005 e 2002] [Baddoo e Hall, 2003 e 2002] [Rainer e Hall, 2000]. Todavia, trabalhos semelhantes não são facilmente encontrados na literatura brasileira de MPS, cujos trabalhos publicados têm privilegiado estudos de casos individuais 1 . Pode-se constatar ainda, que tanto a literatura mundial de MPS como a brasileira nesta área, têm privilegiado a análise detalhada individual dos fatores em detrimento da 1 Uma exceção encontrada a esta constatação é o relatório técnico de Rocha (2006). VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 172 análise de inter-relações sistêmicas entre eles. Por outro lado, desde os anos 1990 pesquisadores sociais e organizacionais têm dado crescente atenção à inter-relação sistêmica de fatores relevantes para as organizações, mercados e sociedade em geral 2 . Senge (2001), Sterman (2000), e Richardson (1991) são exemplos de autores que abordaram a perspectiva do pensamento sistêmico e dinâmica dos sistemas como ferramenta de aprendizagem sobre situações problemáticas. Pode-se observar que esta mesma perspectiva é aplicável a situações problemáticas encontradas em iniciativas de MPS, e pode se mostrar como um método relevante para compreensão e tratamento destes problemas. Este artigo busca explorar as lacunas mencionadas acima, aplicando princípios de pensamento sistêmico com uso de arquétipos sistêmicos [Senge, 2001, Capítulo 6] em fatores críticos de MPS levantados em uma pesquisa qualitativa realizada em Recife. A pesquisa foi realizada com entrevistas a profissionais desempenhando vários papéis (engenheiros da qualidade, consultores externos, diretor, gerentes de projetos e engenheiros de software) que estiveram envolvidos em iniciativas de MPS, em diversas empresas. 2 Fatores Críticos em MPS: uma Pesquisa Qualitativa de Campo A pesquisa envolveu entrevistas com 19 profissionais (amostra intencional, não aleatória) que estiveram participando em iniciativas relevantes de MPS em suas organizações, em diferentes papéis, conforme o Quadro 1. Quadro 1: Características dos entrevistados. 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A unidade básica utilizada para análise dos relatos foi o tema, aqui compreendido como uma asserção sobre um determinado assunto, podendo ser uma simples sentença (sujeito e predicado), um conjunto delas ou um parágrafo, conforme definido por Franco (2005, Pág. 39). Quadro 2: Características das empresas dos entrevistados. Emp. No de Funcs. Ramo de Negócio de Atuação da Empresa Certificações/ Avaliações já Obtidas Objetivo em termos de MPS A 100 – 500 Privado – desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). CMM-2 Avaliação CMMI B 50 – 100 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de software, desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). ISO 9001 Avaliação CMMI C > 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. CMM-2 Avaliação CMMI D 100 – 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. Avaliação CMMI E < 50 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de Software. 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Padrões Sistêmicos Disfuncionais em Iniciativas de MPS
In SPI initiatives several factors resulted from involved actors’ actions and external factors interacts in a way that may cause non intentioned consequences that threat SPI initiatives. “System archetypes” are qualitative analysis tools that favor reflection and learning about problematic situations in a holistic view of a causal network of factors. This work uses that approach, based on qualitative research performed with professionals from several organizations in Recife, Brazil, about critical factors in SPI initiatives. Resumo. Em iniciativas de MPS, diversos fatores resultantes da ação dos atores bem como fatores externos interagem entre si podendo resultar em conseqüências não intencionadas que ameaçam o sucesso das iniciativas. “Arquétipos sistêmicos” são ferramentas de análise qualitativa que favorecem a reflexão e aprendizagem sobre situações problemáticas a partir de uma visão holística de uma rede causal de fatores. Este trabalho utiliza esta abordagem com base em uma pesquisa qualitativa realizada com profissionais de diversas empresas em Recife, Brasil, sobre fatores críticos em iniciativas de MPS. 1 Introdução Nos últimos 20 anos, com base em modelos normativos como CMMI [CMU/SEI, 2002] e, mais recentemente, no caso brasileiro, o MPS.Br [Weber e outros, 2005], cada vez mais empresas têm empreendido esforços significativos de melhoria de seus processos de software (MPS). Estas iniciativas costumam durar vários anos e consomem muitos recursos e energia das equipes envolvidas. Relatório do SEI (Software Engineering Institute) [CMU/SEI, 2006] relata que iniciativas deste tipo, quando bem sucedidas, têm um retorno médio bastante significativo da ordem de 4,7 unidades monetárias para cada unidade investida. Por outro lado, alguns autores chamam a atenção de que a maior parte destas iniciativas (cerca de dois terços) falha ou não evolui como esperado [Debou e Kuntzmann, 2000] [SEI, citado por Iversen, 2004]. Por traz das dificuldades encontradas há uma série de barreiras identificadas em diversas pesquisas publicadas na literatura mundial de MPS, envolvendo fatores críticos neste tipo de iniciativa [Niazi, Wilson e Zowghi, 2003] [Dyba, 2005 e 2002] [Baddoo e Hall, 2003 e 2002] [Rainer e Hall, 2000]. Todavia, trabalhos semelhantes não são facilmente encontrados na literatura brasileira de MPS, cujos trabalhos publicados têm privilegiado estudos de casos individuais 1 . Pode-se constatar ainda, que tanto a literatura mundial de MPS como a brasileira nesta área, têm privilegiado a análise detalhada individual dos fatores em detrimento da 1 Uma exceção encontrada a esta constatação é o relatório técnico de Rocha (2006). VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 172 análise de inter-relações sistêmicas entre eles. Por outro lado, desde os anos 1990 pesquisadores sociais e organizacionais têm dado crescente atenção à inter-relação sistêmica de fatores relevantes para as organizações, mercados e sociedade em geral 2 . Senge (2001), Sterman (2000), e Richardson (1991) são exemplos de autores que abordaram a perspectiva do pensamento sistêmico e dinâmica dos sistemas como ferramenta de aprendizagem sobre situações problemáticas. Pode-se observar que esta mesma perspectiva é aplicável a situações problemáticas encontradas em iniciativas de MPS, e pode se mostrar como um método relevante para compreensão e tratamento destes problemas. Este artigo busca explorar as lacunas mencionadas acima, aplicando princípios de pensamento sistêmico com uso de arquétipos sistêmicos [Senge, 2001, Capítulo 6] em fatores críticos de MPS levantados em uma pesquisa qualitativa realizada em Recife. A pesquisa foi realizada com entrevistas a profissionais desempenhando vários papéis (engenheiros da qualidade, consultores externos, diretor, gerentes de projetos e engenheiros de software) que estiveram envolvidos em iniciativas de MPS, em diversas empresas. 2 Fatores Críticos em MPS: uma Pesquisa Qualitativa de Campo A pesquisa envolveu entrevistas com 19 profissionais (amostra intencional, não aleatória) que estiveram participando em iniciativas relevantes de MPS em suas organizações, em diferentes papéis, conforme o Quadro 1. Quadro 1: Características dos entrevistados. Tipo de Profissional Descrição No de Entrevistados Profissionais de MPS Consultores em MPS, Engenheiros da Qualidade, SQAs e Gerentes da Qualidade. 7 Desenvolvedores de Software Gerentes de Projeto e Desenvolvedores em geral nos papéis de: Analista de Sistemas, Arquiteto de Software e Líder Técnico. 11 Diretor técnico Diretor técnico de empresa que atua na área de desenvolvimento de software. 1 Total de Entrevistados 19 Os entrevistados eram, em sua grande maioria, integrantes de empresas do cluster de empresas de TI conhecido como “Porto Digital”3, na cidade de Recife, Brasil. Eles referiram-se às suas experiências em cerca de dez empresas conforme o Quadro 2. Foi utilizado o método de entrevista com questões semi-estruturadas e abertas por possibilitar uma maior possibilidade de investigação em profundidade do contexto dos entrevistados [Richardson, 1999, Capítulo 13, Pág 208]. As entrevistas foram 2 O estudo da Dinâmica dos Sistemas remonta à década de 1960 com Forrester (1961) e publicações posteriores deste e outros autores, porém durante a década de 1990 este tema “popularizou-se” entre pesquisadores sociais e organizacionais como ferramenta de aprendizagem organizacional. 3 O Porto Digital é um agrupamento de empresas de TI localizado na cidade de Recife que conta com incentivos governamentais de infra-estrutura e fiscais visando o desenvolvimento deste setor econômico. VI Simpósio Brasileiro de Qualidade de Software 173 gravadas e posteriormente transcritas. O foco das entrevistas foi, principalmente, os aspectos facilitadores e barreiras para MPS encontrados na experiência dos entrevistados. Para tratamento dos dados, o método de análise do conteúdo utilizado sobre os relatos de entrevistas foi escolhido com base no argumento de Freitas e Janissek (2000, Pág. 37) de que um dos propósitos deste método é observar motivos de satisfação, insatisfação ou opiniões subentendidas e natureza dos problemas relatados pelos pesquisados. De acordo com estes mesmos autores, o método pressupõe que uma parte importante do comportamento, opiniões ou idéias de pessoas se exprime sob a forma verbal. De acordo com Perrien, Chérron e Zins citados por Freitas e Janissek (2000, Pág. 37), “a análise de conteúdo torna possível analisar as entrelinhas das opiniões das pessoas, não se restringindo unicamente às palavras expressas diretamente, mas também àquelas subentendidas no discurso”. A unidade básica utilizada para análise dos relatos foi o tema, aqui compreendido como uma asserção sobre um determinado assunto, podendo ser uma simples sentença (sujeito e predicado), um conjunto delas ou um parágrafo, conforme definido por Franco (2005, Pág. 39). Quadro 2: Características das empresas dos entrevistados. Emp. No de Funcs. Ramo de Negócio de Atuação da Empresa Certificações/ Avaliações já Obtidas Objetivo em termos de MPS A 100 – 500 Privado – desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). CMM-2 Avaliação CMMI B 50 – 100 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de software, desenvolvimento de sistemas (que incluem hardware e software). ISO 9001 Avaliação CMMI C > 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. CMM-2 Avaliação CMMI D 100 – 500 Privado – desenvolvimento de projetos de software e sistemas. Avaliação CMMI E < 50 Privado – desenvolvimento de produtos e projetos de Software. 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