{"title":"采访茱莉亚·梅尔加雷斯","authors":"Sabina Sebasti, Marcio Caetano","doi":"10.15210/dg-revista.v1i1.2063","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Nas regiões de fronteira as relações sociais se estabelecem na dinâmica dos fluxos migratórios, atravessadas pela condição de configurar uma demarcação geopolítica entre dois Estados, caracterizadas pelas inter-relações entre cidadãos, migrantes, estrangeiros, radicados ou em trânsito, que permanentemente integram as populações sobre uma ou outra margem. Tal como acontece em outras regiões fronteiriças sul-americanas, na área que abrange às cidades limítrofes de Río Branco (Uruguay) e Jaguarão (Brasil), área foco deste estudo, as mulheres desenvolvem estratégias de sobrevivência que implicam cruzar o território em forma frequente. Uma parte significativa da população feminina se converte em transfronteiriça, opta pela birresidencialidade ou binacionalidade. O presente artigo pretende iniciar uma linha de investigação e discussão sobre as condições de vida das mulheres em uma região destas características. O método utilizado foi uma entrevista em profundidade realizada, em setembro de 2021, a Julia Melgares, política, ativista social e vereadora. As respostas concedidas pela entrevistada resultaram reveladoras da conjuntura social e econômica que define à condição da mulher nesta região de fronteira. Na biografia e na voz de Julia foi possível analisar como as habilidades das mulheres, para estabelecer vínculos relacionais, repercutiam nas suas situações de vida em uma região com escasso desenvolvimento humano, afetada pela falta de acesso aos serviços básicos do Estado, assim como também conhecer os desafios políticos da luta feminista local e como se articulam nas ações das organizações e movimentos sociais.","PeriodicalId":178694,"journal":{"name":"D’GENERUS: Revista de Estudos Feministas e de Gênero","volume":"296 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"ENTREVISTA A JULIA MELGARES\",\"authors\":\"Sabina Sebasti, Marcio Caetano\",\"doi\":\"10.15210/dg-revista.v1i1.2063\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Nas regiões de fronteira as relações sociais se estabelecem na dinâmica dos fluxos migratórios, atravessadas pela condição de configurar uma demarcação geopolítica entre dois Estados, caracterizadas pelas inter-relações entre cidadãos, migrantes, estrangeiros, radicados ou em trânsito, que permanentemente integram as populações sobre uma ou outra margem. Tal como acontece em outras regiões fronteiriças sul-americanas, na área que abrange às cidades limítrofes de Río Branco (Uruguay) e Jaguarão (Brasil), área foco deste estudo, as mulheres desenvolvem estratégias de sobrevivência que implicam cruzar o território em forma frequente. Uma parte significativa da população feminina se converte em transfronteiriça, opta pela birresidencialidade ou binacionalidade. O presente artigo pretende iniciar uma linha de investigação e discussão sobre as condições de vida das mulheres em uma região destas características. O método utilizado foi uma entrevista em profundidade realizada, em setembro de 2021, a Julia Melgares, política, ativista social e vereadora. As respostas concedidas pela entrevistada resultaram reveladoras da conjuntura social e econômica que define à condição da mulher nesta região de fronteira. 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Nas regiões de fronteira as relações sociais se estabelecem na dinâmica dos fluxos migratórios, atravessadas pela condição de configurar uma demarcação geopolítica entre dois Estados, caracterizadas pelas inter-relações entre cidadãos, migrantes, estrangeiros, radicados ou em trânsito, que permanentemente integram as populações sobre uma ou outra margem. Tal como acontece em outras regiões fronteiriças sul-americanas, na área que abrange às cidades limítrofes de Río Branco (Uruguay) e Jaguarão (Brasil), área foco deste estudo, as mulheres desenvolvem estratégias de sobrevivência que implicam cruzar o território em forma frequente. Uma parte significativa da população feminina se converte em transfronteiriça, opta pela birresidencialidade ou binacionalidade. O presente artigo pretende iniciar uma linha de investigação e discussão sobre as condições de vida das mulheres em uma região destas características. O método utilizado foi uma entrevista em profundidade realizada, em setembro de 2021, a Julia Melgares, política, ativista social e vereadora. As respostas concedidas pela entrevistada resultaram reveladoras da conjuntura social e econômica que define à condição da mulher nesta região de fronteira. Na biografia e na voz de Julia foi possível analisar como as habilidades das mulheres, para estabelecer vínculos relacionais, repercutiam nas suas situações de vida em uma região com escasso desenvolvimento humano, afetada pela falta de acesso aos serviços básicos do Estado, assim como também conhecer os desafios políticos da luta feminista local e como se articulam nas ações das organizações e movimentos sociais.