{"title":"西克斯图斯五世的巴洛克首都:罗马,说服之城","authors":"Anna Lygia Stavale Frazão","doi":"10.20396/eha.vi14.3360","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A comunicação apresentada trata da reforma urbanística promovida pelo Papa Sisto V2 e executada por Domenico Fontana no final do Cinquecento. E como essa reforma cria as bases para a expansão do barroco na cidade de Roma no Seicento, através dela surgem os modelos de cidade capital que seriam amplamente difundidos e fonte de inspiração para as principais capitais europeias. Os novos modelos políticos administrativos modernos, a crise religiosa e a Reforma Católica trazem novas demandas à sociedade, que se modifica com esses eventos. A cultura do barroco não meramente faz parte desse contexto, mas sim é esse contexto. Com o barroco, uma nova Europa surge para uma nova apreensão de vida. Nesse contexto, em Roma, faz-se necessário que o centro da vida espiritual se torne também um centro de poder. A singularidade e relevância histórica da cidade de Roma, atrelada à religiosidade católica e ao centralismo político, trará um renascimento em todas as esferas: urbano, político, econômico e moral. A reforma de Sisto V se contextualiza nesse cenário; atrair e facilitar a peregrinação católica eram objetivos não só no âmbito da fé, mas também políticos. Uma cidade capital surge, mas, para além disso: uma capital espiritual do catolicismo3 Abrir a cidade para estimular a peregrinação dos fiéis era uma prioridade na reforma de Sisto V e Domenico Fontana. Para uma “cidade santa, a função devocional é dominante, assim como hoje, na cidade industrial, o é a função produtiva”4. Todas as estradas construídas nesse período se organizaram em torno e em função do acesso às basílicas. Era importante que o peregrino notasse os monumentos religiosos de forma destacada dentro do conjunto urbano, função não só logística, para guiar os fiéis aos locais de devoção, como de persuasão. 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A capital barroca de Sisto V: Roma, a cidade da persuasão
A comunicação apresentada trata da reforma urbanística promovida pelo Papa Sisto V2 e executada por Domenico Fontana no final do Cinquecento. E como essa reforma cria as bases para a expansão do barroco na cidade de Roma no Seicento, através dela surgem os modelos de cidade capital que seriam amplamente difundidos e fonte de inspiração para as principais capitais europeias. Os novos modelos políticos administrativos modernos, a crise religiosa e a Reforma Católica trazem novas demandas à sociedade, que se modifica com esses eventos. A cultura do barroco não meramente faz parte desse contexto, mas sim é esse contexto. Com o barroco, uma nova Europa surge para uma nova apreensão de vida. Nesse contexto, em Roma, faz-se necessário que o centro da vida espiritual se torne também um centro de poder. A singularidade e relevância histórica da cidade de Roma, atrelada à religiosidade católica e ao centralismo político, trará um renascimento em todas as esferas: urbano, político, econômico e moral. A reforma de Sisto V se contextualiza nesse cenário; atrair e facilitar a peregrinação católica eram objetivos não só no âmbito da fé, mas também políticos. Uma cidade capital surge, mas, para além disso: uma capital espiritual do catolicismo3 Abrir a cidade para estimular a peregrinação dos fiéis era uma prioridade na reforma de Sisto V e Domenico Fontana. Para uma “cidade santa, a função devocional é dominante, assim como hoje, na cidade industrial, o é a função produtiva”4. Todas as estradas construídas nesse período se organizaram em torno e em função do acesso às basílicas. Era importante que o peregrino notasse os monumentos religiosos de forma destacada dentro do conjunto urbano, função não só logística, para guiar os fiéis aos locais de devoção, como de persuasão. Os monumentos deveriam impressionar por sua grandiosidade, um eixo de ruas diagonais e perpendiculares que levam o olhar do observador direto a uma basílica, ou uma igreja que se nota ao fundo de uma ampla praça ou no