Isabela De Marchi, Bárbara Escóssio Gutiérrez, Catarina Doce Machado, Laís Acioli Lins, B. Pereira
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Objetivo: Revisar publicações sobre a história natural e os impactos de medidas preventivas acerca da DRD. Materiais e Métodos: Estudo descritivo e qualitativo baseado na revisão bibliográfica da DRD e importância do cuidado nas fases iniciais da doença, através das bases de pesquisa Pubmed e Google Scholar. Os critérios de inclusão seguiram artigos científicos na língua inglesa, classificados na categoria Qualis A1, A2 e B1 e publicados nos últimos 14 anos. Foram utilizados os seguintes descritores: “Chronic Kidney Disease”, “Diabetic Nephropathies”, “Primary Health Care” e “Diabetes Complications”. Resultados: Existe uma importante lacuna entre o momento do diagnóstico e manejo dos pacientes, e a relação causal disso. Apesar de amplamente difundida a necessidade do rastreamento da DRD, a triagem de albuminúria permanece abaixo do ideal, e menos da metade dos pacientes diabéticos sem DRC foram submetidos a teste de albumina na urina, o que deveria acontecer anualmente. Estudos revelam taxa de 90% de portadores de DRC que não foram diagnosticados nas fases precoces da doença. Os artigos mostraram também o maior risco de doença cardiovascular, que aumenta de maneira equivalente ao estágio de albuminúria, e mortalidade por todas as causas, quando comparado com o risco em pacientes com DM sem DRC. Desta forma, o rastreamento atuaria evitando tais desfechos e retardando a progressão da DRD. Dentre as intervenções, além do controle da hiperglicemia e da hipertensão arterial, foram identificados benefícios com o uso do cotransportador sódio-glicose 2, especialmente para aqueles com razão albumina/creatinina ≥300 mg/g creatinina ou TFG estimada <60 mL/min/1,73 m, e uso de inibidor do sistema renina-angiotensina (IECA), que tem o potencial de reduzir o risco em 24% de proteinúria, 22% de infarto do miocárdio e 24% de óbito em pacientes diabéticos. Conclusão: É evidente a necessidade de maior comprometimento em relação ao rastreamento da DRD e a formulação de estratégias para a mudança da realidade atual. Os principais objetivos são retardar a progressão da doença, reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros relacionados. Palavras-chave: Diabetes mellitus; doença renal crônica; rastreamento.","PeriodicalId":374989,"journal":{"name":"Anais do Congresso Médico Acadêmico da Universidade Nove de Julho","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"IMPORTÂNCIA DO CUIDADO COM AS FASES INICIAIS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES DIABÉTICOS\",\"authors\":\"Isabela De Marchi, Bárbara Escóssio Gutiérrez, Catarina Doce Machado, Laís Acioli Lins, B. 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IMPORTÂNCIA DO CUIDADO COM AS FASES INICIAIS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES DIABÉTICOS
Introdução: Diabetes mellitus (DM) é a principal causa de doença renal crônica (DRC) no mundo em pacientes que iniciam terapia de substituição renal. A longa exposição à hiperglicemia favorece o desenvolvimento de complicações macro e microvasculares, dentre as quais a doença renal do diabetes mellitus (DRD), que se instala de maneira gradual e assintomática. É portador de DRC aquele que apresenta por um período ≥ 3 meses uma taxa de filtração glomerular (TFG) ≤60 mL/min/1,73m² ou > 60 mL/min/1,73m² com evidência de lesão do parênquima renal, seja por aumento da albuminúria ou por alteração em exame de imagem renal. Apesar do diagnóstico fácil e acessível, a conscientização médica sobre a sua importância no desfecho do paciente permanece inaceitavelmente baixa. Objetivo: Revisar publicações sobre a história natural e os impactos de medidas preventivas acerca da DRD. Materiais e Métodos: Estudo descritivo e qualitativo baseado na revisão bibliográfica da DRD e importância do cuidado nas fases iniciais da doença, através das bases de pesquisa Pubmed e Google Scholar. Os critérios de inclusão seguiram artigos científicos na língua inglesa, classificados na categoria Qualis A1, A2 e B1 e publicados nos últimos 14 anos. Foram utilizados os seguintes descritores: “Chronic Kidney Disease”, “Diabetic Nephropathies”, “Primary Health Care” e “Diabetes Complications”. Resultados: Existe uma importante lacuna entre o momento do diagnóstico e manejo dos pacientes, e a relação causal disso. Apesar de amplamente difundida a necessidade do rastreamento da DRD, a triagem de albuminúria permanece abaixo do ideal, e menos da metade dos pacientes diabéticos sem DRC foram submetidos a teste de albumina na urina, o que deveria acontecer anualmente. Estudos revelam taxa de 90% de portadores de DRC que não foram diagnosticados nas fases precoces da doença. Os artigos mostraram também o maior risco de doença cardiovascular, que aumenta de maneira equivalente ao estágio de albuminúria, e mortalidade por todas as causas, quando comparado com o risco em pacientes com DM sem DRC. Desta forma, o rastreamento atuaria evitando tais desfechos e retardando a progressão da DRD. Dentre as intervenções, além do controle da hiperglicemia e da hipertensão arterial, foram identificados benefícios com o uso do cotransportador sódio-glicose 2, especialmente para aqueles com razão albumina/creatinina ≥300 mg/g creatinina ou TFG estimada <60 mL/min/1,73 m, e uso de inibidor do sistema renina-angiotensina (IECA), que tem o potencial de reduzir o risco em 24% de proteinúria, 22% de infarto do miocárdio e 24% de óbito em pacientes diabéticos. Conclusão: É evidente a necessidade de maior comprometimento em relação ao rastreamento da DRD e a formulação de estratégias para a mudança da realidade atual. Os principais objetivos são retardar a progressão da doença, reduzir o sofrimento dos pacientes e os custos financeiros relacionados. Palavras-chave: Diabetes mellitus; doença renal crônica; rastreamento.