Dorival Julio Della Togna, Samira Kaissar Nasr Ghorayeb, Jorge Eduardo Assef, José Henrique Herrmann Delamain
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Em casos específicos podemos indicar outras ferramentas diagnósticas como os testes de esforço associados ou não ao Doppler, marcadores humorais e o cateterismo cardíaco com manometria direita. O tratamento clínico é recomendado na presença de sintomas congestivos, no controle da frequência car-díaca e na prevenção de embolia. A indicação de intervenção da EM grave deve se basear na presença de sintomas e de complicadores. O tratamento de escolha é a valvoplastia mitral por cateter balão (VMCB) se a anatomia valvar for favorável e sem contraindicações. A cirurgia (comissurotomia ou troca valvar) apresenta excelentes resultados a médio e longo prazo, sendo indicada atualmente quando a VMCB não for considerada factível. A EM reumática, em regiões de alta prevalência da doença, permanece um problema de saúde pública e esforços são necessários para modificar sua história natural e diminuir sua morbimortalidade através de uma profilaxia primária e secundária efetiva.","PeriodicalId":190881,"journal":{"name":"Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo","volume":"419 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"ESTENOSE MITRAL REUMÁTICA: DIAGNÓSTICOE TRATAMENTO\",\"authors\":\"Dorival Julio Della Togna, Samira Kaissar Nasr Ghorayeb, Jorge Eduardo Assef, José Henrique Herrmann Delamain\",\"doi\":\"10.29381/0103-8559/20223202115-24\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A etiologia reumática é responsável por mais de 90% dos casos de estenose mitral (EM) no Brasil, com predomínio em jovens. 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A etiologia reumática é responsável por mais de 90% dos casos de estenose mitral (EM) no Brasil, com predomínio em jovens. A evolução é lenta, sendo considerada anatomicamente importante quando a área valvar mitral for ≤1,5 cm2. As manifesta-ções clínicas são variadas, sendo mais frequentes a dispneia, taquiarritmias atriais e fenômenos tromboembólicos. Também são considerados complicadores da doença a fibrilação atrial e a hipertensão arterial pulmonar. O ecocardiograma é o método considerado padrão-ouro para o diagnóstico, estadiamento da doença e definição do tipo de intervenção. Em casos específicos podemos indicar outras ferramentas diagnósticas como os testes de esforço associados ou não ao Doppler, marcadores humorais e o cateterismo cardíaco com manometria direita. O tratamento clínico é recomendado na presença de sintomas congestivos, no controle da frequência car-díaca e na prevenção de embolia. A indicação de intervenção da EM grave deve se basear na presença de sintomas e de complicadores. O tratamento de escolha é a valvoplastia mitral por cateter balão (VMCB) se a anatomia valvar for favorável e sem contraindicações. A cirurgia (comissurotomia ou troca valvar) apresenta excelentes resultados a médio e longo prazo, sendo indicada atualmente quando a VMCB não for considerada factível. A EM reumática, em regiões de alta prevalência da doença, permanece um problema de saúde pública e esforços são necessários para modificar sua história natural e diminuir sua morbimortalidade através de uma profilaxia primária e secundária efetiva.