TAP-Block: uma nova abordagem para sua execução

A área de Anestesiologia Veterinária está em constante ascensão, com o desenvolvimento de diversas técnicas inovadoras ou espelhadas daquelas utilizadas em humanos. A demanda pela técnica de anestesia e analgesia multimodais, com o objetivo de atingir o sistema nociceptivo por meio de diversas abordagens e diminuir as elevadas doses de fármacos antes utilizadas é cada vez maior. Com sua utilização, bloqueios locorregionais repercutem, por consequência, em menor incidência de efeitos adversos de drogas sistêmicas. Na década passada, a modalidade que ganhou destaque foi a de bloqueios locorregionais guiados por ultrassonografia, o que confere maior segurança e acurácia na aplicação de anestésicos locais, pois possibilita a visualização direta das estruturas. O que antes era limitado à bloqueio peridural ou bloqueios às cegas se tornou um mundo em que existem diversas possibilidades diferentes de abordar o mesmo nervo. Mais recentemente, no entanto, técnicas de bloqueios regionais de planos interfasciais passaram a ser estudadas. Apesar do mecanismo não ser bem elucidado ainda, a sua eficácia clínica é perceptível tanto em estudos quanto na rotina dos anestesiologistas que a utilizam. Como exemplos de bloqueios de planos interfasciais, destacam-se aqueles direcionados à cavidade abdominal, como o Bloqueio do Quadrado Lombar e o TAP-block. No entanto, como descrito anteriormente, há exigência pela utilização de aparelho ultrassonográfico para sua execução. Trata-se de um equipamento com elevado custo, o qual se torna inviável para muitos profissionais da área, principalmente aqueles que estão em início de carreira profissional. O objetivo do presente trabalho, portanto, é relatar a alternativa de realização do TAP-block sem a utilização de ultrassom, apenas com uma seringa e uma agulha. Foi realizada uma revisão de literatura, utilizando como base os dados contidos na plataforma do Google Acadêmico, nos idiomas inglês, espanhol e português. Com o desejo de realizar bloqueios de planos interfasciais, porém, sem a presença de aparelho de ultrassom, estudos relatam a possibilidade de aplicação de anestésico local entre os músculos transverso do abdome e oblíquo interno do abdome. Porém, a limitação é que apenas pode ser realizado em cirurgias de cavidade aberta; ou seja, para mastectomias, por exemplo, não é passível de r e a l i z a ç ã o . Para a execução da técnica "open approach" de TAP-block, após haver a rafia da parede muscular da cavidade abdominal, de maneira estéril, são fornecidas seringa e agulha para o cirurgião, que, posteriormente, preenche a seringa de acordo com o volume a ser utilizado, calculado pelo anestesiologista responsável. Então, deposita o anestésico local na fáscia presente entre os músculos descritos anteriormente. Como alternativa, o anestesista também pode se paramentar e realizar o bloqueio. Com isso, entende-se que existe a possibilidade de obter os benefícios dos bloqueios locorregionais de planos interfasciais sem a real necessidade de aquisição de um aparelho de ultrassom. No entanto, mais estudos devem ser realizados a fim de avaliar possíveis consequências da sua execução. Além disso, apenas o bloqueio TAP-block foi relatado dessa maneira, podendo existir a possibilidade de execução de outros bloqueios. Resumo - sem apresentação Eixo temático: Anestesiologia e Emergência de Cães e Gatos PALAVRAS-CHAVE: Anestesiologia Veterinária, Bloqueios Locorregionais, Bloqueios interfasciais, Analgesia Veterinária, Anestesia Multimodal