{"title":"As matemáticas lidas através de suas próprias palavras: uma cultura de tradução de textos originais de história da matemática","authors":"João Cortese, F. Bertato","doi":"10.47976/rbhm2021v21n42i-vi","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Discutir se a matemática constitui a “linguagem” da natureza é uma questão complexa. Saber se a Natureza seria um livro constituído por caracteres matemáticos, como queria Galileu ao situá-lo lado a lado com a Escritura, leva-nos a diversos problemas filosóficos, inclusive no que diz respeito às intrincadas relações entre a matemática e a física. Uma coisa, entretanto, é clara: ainda que se possa discutir em que sentido a matemática seria uma “linguagem”, ela certamente é passível, assim como as línguas naturais, de escrita, de leitura, de interpretação e de tradução. Não cabe aqui desenvolver uma hermenêutica ou uma semiótica das matemáticas (tarefa, aliás, que seria muito bem vinda); destaquemos apenas que, ao traduzir um autor, o tradutor nos abre caminho para que cheguemos mais próximos de um pensamento em sua versão original.","PeriodicalId":34320,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Historia da Matematica","volume":"3 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-11-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Historia da Matematica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47976/rbhm2021v21n42i-vi","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Discutir se a matemática constitui a “linguagem” da natureza é uma questão complexa. Saber se a Natureza seria um livro constituído por caracteres matemáticos, como queria Galileu ao situá-lo lado a lado com a Escritura, leva-nos a diversos problemas filosóficos, inclusive no que diz respeito às intrincadas relações entre a matemática e a física. Uma coisa, entretanto, é clara: ainda que se possa discutir em que sentido a matemática seria uma “linguagem”, ela certamente é passível, assim como as línguas naturais, de escrita, de leitura, de interpretação e de tradução. Não cabe aqui desenvolver uma hermenêutica ou uma semiótica das matemáticas (tarefa, aliás, que seria muito bem vinda); destaquemos apenas que, ao traduzir um autor, o tradutor nos abre caminho para que cheguemos mais próximos de um pensamento em sua versão original.