Dinâmica geoquímica em cabeceiras de drenagem da Depressão do Paraíba do Sul: subsídios à compreensão do papel morfodinâmico de nascentes e canais de baixa ordem
M. F. Felippe, José Oliveira de Almeida Neto, Luiz Otávio Costa Marques, Lídia Aparecida dos Reis, Diogo Parreira Lapa, Antônio Pereira Magalhães Júnior
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Abstract
As cabeceiras de drenagem configuram sistemas hidrogeomorfológicos complexos, em que a ação combinada dos cursos fluviais e das águas subterrâneas que emergem em nascentes contribui para a evolução do relevo. Essa importante relação pode se refletir em rebaixamento de topos, capturas fluviais, prolongamentos da linha de drenagem e esvaziamento geoquímico de vertentes. No intuito de auxiliar a compreensão dos processos geomorfológicos de perda de massa nesses sistemas, este trabalho tem o objetivo de investigar a dinâmica geoquímica em cabeceiras de drenagem da Depressão do Paraíba do Sul, fornecendo subsídios para a compreensão do papel de nascentes e canais de baixa ordem na morfodinâmica e na configuração do modelado local-regional. A área de estudo abarca duas cabeceiras da borda da Depressão do Paraíba do Sul, no contato com a Serra da Mantiqueira Setentrional (município de Simão Pereira, Minas Gerais, Brasil). A partir de análises laboratoriais da carga em solução das águas fluviais, nota-se uma relação interescalar evidente, em que fatores regionais e locais coadunam na explicação da desnudação geoquímica desses sistemas. Os resultados apontam para uma perda geoquímica baixa e extremamente variável (no tempo e no espaço), com valores absolutos entre 373 e 3.024 kg/km²/y, com respectivo rebaixamento do relevo calculado de 0,6m/My, em média, para a área de estudo. Há, portanto, uma relação direta entre a hierarquia fluvial das cabeceiras com a desnudação geoquímica, mas pequenas alterações na mineralogia do substrato geológico e das coberturas pedológicas, ou nas características hidrológicas sazonais, podem representar grandes mudanças no padrão de evolução geoquímica das cabeceiras.