{"title":"Complexo econômico e complexidade econômica: originalidade e atualidade em Wilson Cano","authors":"Bernardo Campolina, Clélio Campolina Diniz","doi":"10.1590/1982-3533.2021v30nespart04","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Este artigo analisa a contribuição teórica e metodológica de Wilson Cano no que diz respeito ao conceito de complexo econômico para interpretar o desenvolvimento econômico do Brasil e seus resultados ou impactos diferenciados no território. Para ele, o complexo, criado e induzido pela cafeicultura do planalto paulista, e sua capacidade de diversificação e inter-relação setorial, constitui a base para a interpretação do processo de crescimento e concentração industrial naquele estado. Por contraste, resgata as principais experiências históricas, a saber: produção de açúcar no nordeste brasileiro, extração de borracha na região amazônica, agricultura dispersa nos três estados do Sul, cafeicultura escravista do vale do paraíba e do leste mineiro e extração de ouro no século XVIII. Demonstra que nessas regiões não estavam presentes as condições necessárias à indução de um processo virtuoso de industrialização com criação de uma estrutura econômica diversa e complexa. Por último, apresentamos um contraponto entre a formulação teórica proposta por Cano (1977) e a recente metodologia da complexidade econômica proposta por Hausmann e Hidalgo (2011). Procuramos demonstrar a originalidade e riqueza de Cano (1977) que, a despeito da falta de dados e sistemas computacionais, continua sendo atual para pensar os desafios ligados aos processos de desenvolvimento, especialmente em países de grande dimensão e diversidade territorial, por incluir também as condicionantes internacionais, institucionais, sociais e políticas.","PeriodicalId":30056,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"23 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Economia e Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2021v30nespart04","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Este artigo analisa a contribuição teórica e metodológica de Wilson Cano no que diz respeito ao conceito de complexo econômico para interpretar o desenvolvimento econômico do Brasil e seus resultados ou impactos diferenciados no território. Para ele, o complexo, criado e induzido pela cafeicultura do planalto paulista, e sua capacidade de diversificação e inter-relação setorial, constitui a base para a interpretação do processo de crescimento e concentração industrial naquele estado. Por contraste, resgata as principais experiências históricas, a saber: produção de açúcar no nordeste brasileiro, extração de borracha na região amazônica, agricultura dispersa nos três estados do Sul, cafeicultura escravista do vale do paraíba e do leste mineiro e extração de ouro no século XVIII. Demonstra que nessas regiões não estavam presentes as condições necessárias à indução de um processo virtuoso de industrialização com criação de uma estrutura econômica diversa e complexa. Por último, apresentamos um contraponto entre a formulação teórica proposta por Cano (1977) e a recente metodologia da complexidade econômica proposta por Hausmann e Hidalgo (2011). Procuramos demonstrar a originalidade e riqueza de Cano (1977) que, a despeito da falta de dados e sistemas computacionais, continua sendo atual para pensar os desafios ligados aos processos de desenvolvimento, especialmente em países de grande dimensão e diversidade territorial, por incluir também as condicionantes internacionais, institucionais, sociais e políticas.