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Abstract
No presente estudo, investigou-se a percepção de adolescentes que mantinham comportamentos autolesivos acerca de seu relacionamento familiar e das práticas educativas utilizadas por seus pais. Realizou-se um estudo de casos múltiplos, do qual participaram quatro meninas que se autolesionavam, as quais responderam uma Ficha de Dados sociodemográficos, uma Entrevista Semiestruturada e a Escala de Práticas Parentais. A análise de conteúdo revelou famílias com presença de conflito, baixa coesão e pouca interação, assim como ausência de manifestações de afeto e de atitudes de proteção. Quanto às práticas educativas, os pais foram percebidos como intrusivos, demonstrando menos atitudes de incentivo, apoio emocional e promoção da autonomia que o esperado para a idade. Constatou-se que essas características, que configuram um relacionamento familiar com níveis de disfuncionalidade e práticas negativas, podem relacionar-se aos comportamentos autolesivos, os quais acentuam as dificuldades familiares e se retroalimentam na dinâmica familiar. Novos estudos são necessários para elucidar tais comportamentos que desafiam pais, educadores e profissionais da saúde mental.