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Abstract
O racismo - mais especificamente a antinegritude - é apresentado como um dos componentes para desenvolvimento da figura do monstro moderno através da história e de sua categorização como um ser matável desde a colonização. A partir do levantamento e da análise de notícias sobre mortes por violência em Santa Catarina, Brasil, e da análise do filme de horror A Transfiguração (2016), mostra-se como as narrativas influenciam a forma como o público reage à morte de pessoas reais e personagens fictícios, seja nas notícias ou no cinema de horror. Utilizando do dilema moralizante de “quem merece morrer”, explora-se como o racismo e a antinegritude definem não apenas os corpos que podem morrer - as pessoas negras -, mas também geografia de onde é permitido matar - os territórios marcados como negros.