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Abstract
Este artigo tem o duplo objetivo de analisar a reconfiguração do poder na era digital e discutir, tendo em conta as suas perigosas consequências em termos individuais e sociais, o papel da educação na construção de atitudes defensivas relativamente a esse poder, hoje essencialmente protagonizado pelas grandes plataformas de serviços digitais. A opção metodológica consiste em aproveitar, para esses propósitos, não apenas um vasto acervo de obras recentes como algumas referências históricas importantes, nomeadamente foucaultianas. A estrutura organizativa do artigo inclui três secções: na primeira, aborda-se a reconfiguração do poder na era da transição digital; na segunda, analisa-se o modus operandi desse novo poder fazendo emergir, em toda a sua estranheza e complexidade, a categoria de governamentalidade tecnodigital; na terceira e última secção coloca-se a questão da resistência a essa insidiosa governamentalidade da era digital e o eventual contributo da educação nesse sentido, considerando as ações que se afiguram pedagogicamente pertinentes na instituição escolar.
Palavras-chave: educação; poder; resistência; plataformas digitais