{"title":"A morte como higienização social/sexual na obra de Nelson Rodrigues: uma leitura de gênero, sexualidade e masculinidades","authors":"Paulo Valente","doi":"10.5007/2175-7917.2020v25n1p115","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo pretende revisitar o conto-crônica “Delicado”, do dramaturgo e jornalista Nelson Falcão Rodrigues (1994), presente na coletânea A vida como ela é..., fruto de seu trabalho para o jornal Zero Hora, a fim de discutir de que modo a narração evidencia uma sociedade heteronormativa compulsória a qual violenta a existência do protagonista alheio à norma, a ponto de este vir a provocar a própria morte, não suportando a pressão externa para cumprir o seu ‘papel de homem’. Ao longo da escrita, evidenciamos como Eusebiozinho, personagem principal, ao romper com o binarismo sexual e norma social, é obrigado a retornar a um suposto lugar original/apriorístico, o da masculinidade hegemônica, por via da heterossexualidade compulsória, imposta pela família e representada pela figura do tio. Recorremos, para tanto, aos estudos queer e aos textos de Adrienne Rich (2003), Judith Butler (2005), Monique Witting (1992), Teresa de Lauretis (1994), Robert Connell (1995) e Michael Foucault (2001), dentre outros.","PeriodicalId":30964,"journal":{"name":"Anuario de Literatura","volume":"83 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anuario de Literatura","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-7917.2020v25n1p115","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo pretende revisitar o conto-crônica “Delicado”, do dramaturgo e jornalista Nelson Falcão Rodrigues (1994), presente na coletânea A vida como ela é..., fruto de seu trabalho para o jornal Zero Hora, a fim de discutir de que modo a narração evidencia uma sociedade heteronormativa compulsória a qual violenta a existência do protagonista alheio à norma, a ponto de este vir a provocar a própria morte, não suportando a pressão externa para cumprir o seu ‘papel de homem’. Ao longo da escrita, evidenciamos como Eusebiozinho, personagem principal, ao romper com o binarismo sexual e norma social, é obrigado a retornar a um suposto lugar original/apriorístico, o da masculinidade hegemônica, por via da heterossexualidade compulsória, imposta pela família e representada pela figura do tio. Recorremos, para tanto, aos estudos queer e aos textos de Adrienne Rich (2003), Judith Butler (2005), Monique Witting (1992), Teresa de Lauretis (1994), Robert Connell (1995) e Michael Foucault (2001), dentre outros.